domingo, 21 de dezembro de 2008

"Não posso continuar, porque você me ama ao cubo e eu te amo ao quadrado. Não posso te dar menos do que você merece"
Cazuza

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

o ultimo

eu tive medo de acordar e encontrar aqueles olhos estranhos. tive medo e ainda tenho. olhos que me tiram a calma roubam meu coração e o mastigam pouco a pouco, pedaço por pedaço. olhos poderosos com uma puta vontade de foder minha mente, foder minha vida, me foder. e eu não faço nada a não ser aceitar. aceito tudo de bom grado, com um sorriso no rosto e algumas pedras nas mãos. nunca as atiro, nunca, porque eu sou covarde mesmo, e corajosa demais pra assumir minha covardia. não me importo em me esconder se eu não sangrar, tenho medo de me machucar e sou medrosa pra caralho. tenho medo de acordar e ser obrigada a encarar aqueles olhos famintos que vivem a me cobrar. não tenho como pagar nada, não agora. tenho alma de menos e contas de mais, problemas de mais e nenhuma solução. só quero dormir, ficar nesse meu cantinho com os olhos bem fechados. sem rezar, sem prometer, sem pedir nada. Não quero nada. mas juro que ainda quebro aquele espelho filho da puta!


"Dissestes que se tua voz tivesse força igual à imensa dor que sentes teu grito acordaria não só a tua casa, mas a vizinhança inteira..."

Desprovida de beleza; isso inclui minhas palavras, meus sentimentos e “unas cositas más” (beleza e criatividade só no proximo ano, ok? Minha imaginação se foi ao longo dos dias. Sinto muito, sinto mesmo. Droga! .-.)

sábado, 13 de dezembro de 2008

Camila

Foi ele quem te quis assim, quem te pintou nua naquela parede branca daquele apartamento antigo. Foi ele quem decorou sua essência e escreveu a partitura da canção que te ilumina. Ele quem te moldou e te transformou no que hoje você é. Foi ele. Ele quem te fez ver o mundo com esses olhos, quem te mostrou a graça da ausência e das janelas fechadas daquele quarto escuro. Foi ele quem te mostrou a solidão, quem deixou esse amargo em sua boca e apagou aquele brilho que era constante em seu olhar. Ele. Foi ele quem te quis assim, quase morta.

[desculpa a falta de inspiração, mas as palavras estão custando a sair ultimamente .-.]

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Deletério

Os anjos disseram pra eu ser honesta com o meu coração e eu fui eu acho.
Apenas brincava com ele como ele fez comigo a vida toda. Perturbava mesmo. O confundia sempre, por prazer, pirraça.
Na luta diária com meu coração eu já vinha sendo a vencedora há tempos, há muito. Eu sempre saia inteira, e meu coração destruído. Grande vantagem, não? Não! Pelo menos ele aprendeu que comigo não se brinca e que não pode bater como se essa caixa torácica fosse dele.
Os anjos disseram pra eu ser honesta com o meu coração. Mas quem precisa de anjos?

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Queria agradecer a galera que sempre vem ler meus rabiscos, fico muito feliz em saber que existe alguém no MUNDO que gosta das minhas linhas tortas. rs
Agradecer também a galera que faz propaganda do blog, colocando meus textos e o link no perfil do orkut, em fotolog e tudo mais. Obrigada mesmo, agradeço do fundo desse coração pulsante que não é de chocolate. ;)
Jana, to arriscando sua idéia, prendi a vontade aqui e os rabiscos estão saindo. To tentando, mas não sei ao certo meu futuro ou o futuro desse "supostofuturolivro" hauihaiuah
Beijos. ;**

sábado, 6 de dezembro de 2008

* Importante *

Não. Eu não importo. Não me importo com o que você pensa em quem você pensa ou quem pensa em você. Não. Realmente não me importo. Não me importo com quem você anda, de que você anda e quem anda atrás de você. Não me importa as palavras não ditas, nem aquelas mil vezes ditas e muito menos as que eu julgo malditas. Não me importa o seu olhar de desprezo, ou aquele olhar pedindo algo em troca, me querendo em troca, me pedindo, me testando. Não me importa o que você quer o que você sente o que você sonha.
É amor? Não me importa. Não adianta meu bem, as coisas são assim, e por mais que haja importância tem sempre alguém que simplesmente não se importa. Eu.

Minha prima Marina (dona do blog Utopia) que escolheu o texto :)

Passa no blog Utopia, gente. Ela escreve bem :D

Vontade de escrever um livro [pena que vontade dá e passa .-.]

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Aquarela

É estranho me encontrar nessa encruzilhada no meio da noite, eu sei, mas meus pensamentos gritam alto e não me deixam dormir. Sentada na esquina me deparo com a saudade, sozinha, remoendo fatos remotos, saudosos e tristes. E ao olhar para cada estrela fria, me recordo da dúvida que vem roubando meu sono há noites. Eu conheço bem aquela história de que o Azul não seria nada se todos gostassem do Vermelho.
Mas o que fazer quando se ama os dois?

domingo, 30 de novembro de 2008

Enlouquecendo...

Hoje foi diferente, acordei com um peso gigante na dona consciência e o mais estranho é que não havia culpados. Não conseguia me lembrar o que carregava de tão pesado pra me fazer sentir assim. A verdade é que eu estava cansada demais pra carregar tal fardo, cansada demais de me sentir cansada demais, cansada de me culpar pela tal consciência que eu sempre fingi ter. Entre mil desculpas que já pedi em toda vida, acredito que se três foram sinceras já foi o bastante. Acho que nunca pedi desculpa pra tudo, e aquela onda de "sempre me desculpar" é pura invenção da minha consciência idiota.
- Não acreditem nela!
Sem radicalismo dessa vez. Podem acreditar nela às vezes, se quiserem, mas já vou adiantando que nem eu mesma acredito fielmente nessa senhorinha. Ela é safada. Sempre tenta me fazer sentir culpada, como se eu tivesse cometido os sete pecados capitais e renegado os dez mandamentos simplesmente por abrir os olhos. É incrível. E não adianta eu tentar me safar não, ela é abusada, me persegue até o inferno se for preciso, só pra dizer "Eu disse que você iria parar aqui". Atrevida!
Às vezes ela até tem razão, raramente, quase nunca. Parece que ela só some quando eu bebo, quando estou acompanhada pelos copos ela sempre arruma um jeito de dar uma escapadinha, é sempre assim. Sempre. E o pior é que ela sempre volta, volta me cobrando os detalhes da noite passada e cuspindo tudo na minha cara de uma vez só. Já pensei em passar o dia todo bebendo pra que ela não voltasse jamais, mas me tornar uma alcoólatra aos 18 anos por culpa de uma consciência pesadinha não é o que eu chamo de uma solução brilhante.
Acredito que o grande problema dela é a minha falta de atenção, porque eu sempre finjo não ligar pra nada, sempre me engano tentando enganá-la. A louca vive a apertar a mesma tecla, às vezes ela aperta tão forte que chega a machucar o coração. E eu não aceito, acho injusto, injusto demais pra uma consciência que se diz politicamente correta. Devia se meter com as próprias feridas e deixar a minha em paz. Isso seria o correto. O correto, realmente, seria me libertar desses devaneios múltiplos. Mas como ela sempre diz, é "pro meu bem", não é mesmo?
É, além de impertinente, a danada ainda é craque em dar desculpas. E sempre foi assim, sempre os mesmos jogos, as mesmas perguntas e o mesmo dedo na minha ferida.
Estou começando a achar que deve ser engraçado me ver sangrar, acho que o vermelho combina com a minha pele branca. O sofrimento deve combinar com a minha face também e talvez ela pense que na dor eu serei mais forte. Eu sou, eu acho.
Tento acreditar que meus atos são atos e só. Me convenço disso. Até a tal dona da verdade vomitar os pensamentos sórdidos e sombrios em cima de mim. Vomita sem pudor algum, joga na cara toda a fragilidade que eu guardo há tempos. Escondo há tempos.
Ela é má e grita alto até conseguir minha atenção, eu faço parte do seu jogo preferido: perguntas e respostas. Ela pergunta e eu prontamente sou obrigada a responder, mesmo sem saber o que estou fazendo, e quando chega a minha vez ela simplesmente ri, ri por ter me feito de boba novamente. Por me tomar sem precisar dar nada em troca, por mostrar que pode me controlar sempre que quiser.
- Não pode!
Venho tentando me convencer disso pra que um dia ela acredite em mim. Acredite e pare de me maltratar e fazer essas incisões rotineiras em minha alma.
Ela brinca comigo, eu sei, mas quando não há riso não há divertimento, e eu não to vendo ninguém rindo por aqui. Tenho que aprender a lidar com uma consciência oportunista e uma mente mentirosa, elas estão juntas nesse duelo de gigantes.
Minha consciência não presta. Sempre me encosta na parede e faz vir à tona todos os quase acertos do passado. Quase acerto porque eu errei querendo acertar, ou ela acha que as pessoas erram propositalmente? Ela não entende as pessoas.
E eu estou cansada, cansada e gripada, cansada e triste e fadigada por saber que amanhã será mais um dia daqueles. Mais um dia pesado, cansativo, rotineiro e frustrante.
Ela vai acordar pesada de novo, eu sei, e dessa vez vai me culpar por escrever demais.
- Desculpa!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Minha verdade

Helena tinha as mãos frias e vazias de carinho, cabelo vermelho fogo na esperança de esquentar alguma coisa por ali. Dona de olhos sinceros, grandes e pretos, cor que fazia jus a sua alma quase morta. Helena nunca amou. Minha doce e intocável Helena, pudera eu entender tal tristeza em seu olhar, quisera eu resgatar-te e guardar-te pra mim. Sonhos de uma noite de outono, nós dois sentados na varanda, revendo fotos de momentos tão nossos que nunca nos pertenceram, riamos de um jeito impróprio quase por desespero. Havia desespero ali. Havia carinho e medo também. Helena nunca amou, e eu tentei mostrar a ela todos os atalhos para o meu coração; fiz trilhas, indiquei com placas e mesmo assim ela se perdeu de mim. Gritei seu nome, fiz juras eternas na esperança de trazê-la aqui, na esperança de fazê-la minha. Ela era minha, ou foi. E eu fui egoísta ao querer esconde-la do mundo, ao imaginar que ela pudesse ser só minha e de mais ninguém. Errei. Acho que de fato nunca amei Helena. Sou Helena. Helena nunca amou.

- Faço nosso o meu segredo mais sincero

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Do amor e suas facetas

Pieguice, apelidinhos melosos, palavras bonitas e 'eu te amo' sempre despertaram meu lado humorista. Carinho em excesso também me provoca grandes risadas (tenho certeza que você está pensando "ô menininha sem sentimentos), e antes que alguém pense (haha), eu tenho sentimentos sim, também tenho um coração vermelhinho que bombeia meu querido liquido de gosto ruim, e acima de tudo, tenho uma coisa que eu, particularmente, acho indispensável: praticidade.
Acredito que a praticidade ainda vai dominar o mundo, começando por mim, é claro. Estou completamente dominada. Sou prática, por tanto facilito as coisas.
Cá entre nós, sentimentalismo em excesso é um saco. Você está lá, 'ficando' com uma pessoa e essa ao invés de te beijar começa a dizer mil frases cheia de pura paixão. Ta, frases bonitas são legais às vezes, nos meus textos por exemplo são super legais (an? haha), mas tem hora que elas são completamente dispensáveis.
Acho que por isso existe aquela expressão 'cala a boca e me beija', to começando a achar que tem muita gente que é obrigada a usá-la.
Agora o que realmente me faz rir (litros) são cartas/depoimentos/bilhetes de namorados que sempre são basicamente iguais. O que me leva a conclusão: Namorados não são criativos!
O cara passa o dia todo pensando, praticamente se matando pra rabiscar algumas palavras e no fim do dia é isso: "você é tudo pra mim” (mentira!), “Você é a melhor coisa que aconteceu na minha vida” (claro, até uma próxima coisa acontecer: D)," Sem você eu não existo “(haha, essa é mais falsa de todas).
Ah, fala sério! Se o cara passasse esse dia (perdido) ao lado daquela que diz amar tanto, seria mais sincero e bem mais real.
Palavras são só palavras e só. Você não se apaixona pelo o que a pessoa te diz e sim pelo o que ela te faz sentir. Atos. Quer provar que ama alguém? Demonstre! E de preferência de boca fechada.
Carinho. Quem não gosta?
Até eu gosto. Sinceramente, carinho demais me deixa inquieta, me incomoda (ahan, eu deixo vocês pensarem que eu sou fresca). Quem aqui já não riu de um casal de namorados se mimando na rua?
Piores são aqueles que se tratam como crianças, é "bebê" pra cá, "nenê" pra lá, um "Gugu dada" do caralho. No namoro os apelidos normalmente são toscos (falomesmo), eu rio (oceanos) quando ouço alguém dizer "Minha Pitchuca", "Vida”, "Docinho de coco". Não agüento não, choro de rir mesmo, às vezes choro de desgosto também, mas deixa pra lá.
Dos "eu te amo" da vida nem preciso comentar, né?
Eu te amo hoje em dia virou vírgula. "Oi (euteamo) como vai?"
Você foi até a padaria essa manhã, o padeiro deu aquele descontinho no seu pão de cada dia, e então? Você começa a AMAR O PADEIRO, obvio.
Eita povo desonesto. É normal distribuir "eu te amo" por aí sem pensar no peso do mesmo, nas conseqüências. Imagina quantos corações a gente teria economizado se falássemos menos?!
E é por isso e muito mais que eu me divirto horrores com isso tudo, se eu não rir eu começo a achar deprimente e cá entre nós, realmente é deprimente. (Y)
O esquema é deixarmos o "eu te amo" de lado e usarmos mais o "eu te odeio", pelo menos no ódio nos somos sinceros. (grande vantagem, não?)
"palavras são flechas envenenadas, podem ferir ou até matar"
Desculpa por soltar minhas flechinhas aqui, elas não são venenosas (eu acho), mas ainda assim são flechinhas.
A verdade é que eu acho tudo isso tosco mesmo. Prontofalei.
Minhas desculpas nem foram sinceras. Fato!
Ta aí mais uma coisa que eu não gosto: desculpa.
Depois que inventaram essa palavra todo mundo ficou sem vergonha, apronta mundos e fundos e depois pedem desculpa com a maior cara lavada.
Vou te matar e pedir desculpa depois, ok?
Hahahahaha
Parei. Acho que to sendo radical demais.
Bom, se alguém perguntar, não fui eu quem escreveu esse texto, afinal estou solteira e ainda tenho esperança de arrumar um namorado. Se aparecer alguém e este me chamar de "pitchuca”, desconsidere meus apelos e mostre imediatamente este texto a ele.
Antes só do que ao lado do Bozo né? Hahaha


Beijos, queridos.
Amo vocês. (haha)

domingo, 23 de novembro de 2008

Quando eu morrer

Quando eu morrer quero ser o centro das atenções da minha festa de despedida. Vou estar belíssima num vestidinho preto, batom vermelho nos lábios, cabelos soltos e rodeada de rosas irritando minha pele branca, dessa vez realmente branca como um cadáver.
Ao fundo a musica Love In The Afternoon do Legião Urbana, na voz da Gabi, é claro. E todos vão chorar ao ouvir "É tão estranho, os bons morrem antes, me lembro de você e de tanta gente que se foi cedo demais". Cedo demais mesmo. Cedo demais sempre. Posso ter 300 anos que sempre vou achar cedo demais pra ir embora. Eu gosto tanto disso tudo aqui.
Eu não tenho medo da morte e acredito fielmente no Cazuza que diz que "morrer não dói", mas sinto medo da minha ausência, sabe?
Não consigo imaginar como seriam as coisas por aqui se eu, de um dia para o outro, desaparecesse. Desaparecer. É simples assim. Agora você existe e daqui algumas horas você pode simplesmente sumir, pra sempre. E o pior é que você não escolhe, não escolhe e não entende.
Quando eu morrer não quero ninguém chorando. Sei que é difícil dizer adeus, e que despedidas são duras, cruéis e dolorosas. Mas e os momentos bons?
Eu não me resumo nesse dia em que vou partir pra sempre. Eu vivi. E muitos que estarão velando meu corpo foram felizes ao meu lado, pelo menos alguns instantes.
Era quase impossível não rir de todas as minhas bobeiras, palavras inventadas, gírias. Até aquele meu jeitinho meio puxado de falar provocava gargalhadas. O truque da piscada. Minha voz de gralha. Os ensaios da banda. As brincadeiras. A promessa de ser criança sempre.
Momentos inesquecíveis que ficarão mesmo com a ida do meu corpo. É só um corpo. Meu espírito ainda vai puxar muitos pés por aí (haha) e eu prometo voltar todas as noites pra ver se ta tudo bem.
A vida segue seu rumo e morrer é inevitável.
Quando eu morrer quero ver a galera enchendo a cara de vodka e se enchendo de Marlboro, assim o nosso reencontro será mais rápido. (haha²).
Consolem a Helena, diga que a mamãe a ama e que ela precisa pintar o cabelo, preto é careta demais.
Diga aos meus pais que eu agradeço por tudo e que peço perdão pelas minhas falhas como filha.
Deixe aos meus amigos os meus mais sinceros votos de felicidade, diga que a vida ao lado deles foi mágica e peça pra que não doem meu coração. Quem vai quere um coração apaixonado? Ninguém.
Quando eu morrer não quero choradeira não.
Eu não me importo que penteiem meu cabelo, nem que me encham de flores.
Mas pra que tanta lagrima?

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Fuga

Era madrugada, uma quarta-feira, outono talvez. Ela estava embaixo das cobertas, escondendo seu rosto como se ali ela deixasse de ser ela, como se por descuido a vida esquecesse aquela existência apenas por estar escondida. A cabeça latejando de tanto pensar, pensava sem querer, por impulso. Um pensamento puxava o outro e a cada segundo ela se afundava mais naquela cama solitária. A ânsia de esquecer só a fazia lembrar e por repetição ela começou a fazer o que mais fizera durante a vida: desculpar-se.
Desculpou-se por sentir, por pensar, por querer e principalmente por ser. Se ela pudesse ela não seria. Não pode, nunca pôde e se desculpou também por não poder.
O choro veio pra quebrar o silêncio do quarto vazio, as lagrimas molharam o travesseiro e ela agradeceu por estar sozinha. Pelo menos não precisaria se explicar, não agora. As mãos já lhe tapavam o rosto e ela voltou a se desculpar pelo drama.
E então Marina revolveu dormir, afinal não tinha desculpa plausível pra perder uma noite de sono.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Sobre mim:

Sempre tento colocar as coisas em seus devidos lugares. Tento escrever algo menos clichê e fútil, sempre. Tento, por vezes, botar aqui minhas palavras que de tão confusas nem parecem minhas, mas ainda assim parecem palavras. Desnecessárias. Talvez tudo seja desnecessário, banal e repulsivo quando se trata de mim. Me, mim, comigo. Queria ser menos egoísta e um dia acreditar nesse amor inacreditável que muitos pintam por aí. Ou pelo menos fingir acreditar. Eu tento, sempre tento, mas sou uma péssima atriz e ao fim do meu ato apenas levo pra casa um coração mais pesado que o meu. Mais pesado que o céu. Mais um pra coleção dessa grande cleptomaníaca de corações. Eu até penso em devolver depois, mas quando se passa do limite torna-se impossível voltar atrás.
Queria parar de brincar com vidas e também me chamar Alice pra seguir algum coelho branco por aí. Queria me assustar menos e sentir mais. Às vezes nunca sinto. Nada. Sempre e nunca. Tento ser o mais humano possível, mas a cada dia que passa me sinto controlada por essa máquina que bombeia meu sangue. Odeio gosto de sangue. É algo parecido com ferro e coração, não que eu já tenha experimentado um, claro que não, na verdade nunca tive um. Mentira. Sempre minto. Verdade. Me confundo sempre e o conforto da dúvida me deixa forte. Muito. Mais. Evito certezas e pessoas pra que elas não me evitem.
Essa é a Camila.
Essa sou eu.
E agora vocês estão livres pra se assustarem e irem embora.
É, eu sou isso mesmo. E nada de mentiras por aqui.


(não sou um ser apaixonante, eu sei)

terça-feira, 18 de novembro de 2008

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Presentes

A queridíssima Jana me presenteou com o tal de MEME (eu, como ela, não sei o que significa) que funciona assim:

1. Eu devo escrever uma lista sobre oito coisas que desejo fazer antes de passar desta para melhor.
2. Depois, preciso convidar oito blogueiros para fazer o mesmo.
3. Então, comentar no blogue de quem me ofereceu o Meme.
4. Avisar meus convidados sobre suas convocações.
5. E, por fim, mencionar as regras, coisa que estou fazendo agora.

A lista:
1- Ter uma filha pra chamar de Helena. Gosto do nome
2 - Ser uma boa Arquiteta. Arquitetura é pra mim, eu acho. Gosto disso, não sei por quê. rs
3 - Tocar BEM algum instrumento. Faço aulas de teclado, mas digamos que pra tocar BEM ainda falta um pouco.
4 - Escrever um livro. As pessoas tentam me convencer disso, e mesmo eu achando que não conseguiria no fundo eu até tenho vontade. (segredinho nosso. ;x)
5 - Sair de Santa Isabel. Não que eu não goste daqui, mas como é interior do interior do interior do interior de São Paulo (ta, eu exagerei. ahuiah), não tenho aqui as oportunidades que eu poderia ter em outra cidade maior.
6 - Morar sozinha. Não sei se conseguiria, afinal to acostumada com minha mãe, meu pai e com a pirralha da minha irmã mais velha (ahan, ela consegue ser uma pirralha mesmo sendo mais velha --'), mas eu sinto que um dia eu vou precisar crescer e honestamente na barra da saída da minha mãe isso não vai funcionar não.
7 - Ter uma tatuagem. Tatuagem com contorno vermelho vai ficar luxo na minha pele de cadáver, mas isso eu só quero mais pra frente, ainda não tenho coragem pra tal, acho que por ser definitivo me assusta. (tenho medo do definitivo, já disse isso aqui, né?)
8 - Conhecer umA pessoa. Vou conhecer e vou pelo menos dar um beijo nela. Nisso eu acredito fielmente.


A listagem dos blogueiros eu coloco no fim do post :)


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Ganhei também o selo:

Blogosfera no poder.

Do meu querido e magnífico Afobório (que escreve pra caramba)
A idéia é copiar a frase “Blogosfera no poder." e escrever sobre ela, porque enquanto você escreve o mundo responde (como diz Afobório. rs)
Eu infelizmente não consigo escrever nada no momento, as palavras estão meio bagunçadas na minha mente, mas convido a todos que por aqui passam a escrever sobre Blogosfera no poder. o/
Vamos dominar o mundo, galera.



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Quero agradecer também ao querido e incrivelmente craque em brincar com as palavras Luiz Calcagno que me presenteou com estes dois selos:


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Muito obrigada mesmo, queridos.
Três pessoas incrivelmente inteligentes, grandes escritores que tem todo meu respeito.
Listagem dos blogueiros que serve tanto para os selos como para o MEME:
Não sou emo (está escrevendo muito bem)

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

a ela, mais um

Como os sonhos as palavras também fogem de mim, acho que elas não querem mais brincar comigo, estão fartas dessa criatura louca que sempre acaba jogando-as ao léu, como folhas, e dessa vez elas se foram com o vento. Os sonhos também se foram, deles não ouço rumores há tempos e mesmo assim continuo sonhando demais. Demasia, minha vida sempre foi um exagero, em tudo, até em detalhes. Há sempre detalhes demais, não que eu seja apegada a eles, isso nunca, mas eles se apegam a mim e quando vejo estou cara a cara com o exagero novamente. Medo. Eu tenho medo de sobra, e me assusta ter medo de ter medo, me assusta mais do que pensar que nunca vou ter coragem pra te dizer certas coisas necessárias. Necessárias o bastante pra me fazer esconde-las.
Não. Eu não sou louca. É normal (até demais) se apaixonar por uma imagem e ter de ouvir a mesma musica milhares de vezes pra conseguir dormir. É normal ouvir vozes e ver o mesmo rosto em varias pessoas em todas as esquinas, ficar feliz ao ver um sorriso que nem é pra você imaginando o dia que ele será seu é normal. Eu sou normal. Espero que você acredite nisso e não fuja de mim como as palavras, eu simplesmente não suportaria ver o vento te levar antes de mim, te levar de mim. Sonho demais e isso sempre acaba comigo. Não brinco mais com as palavras, mas o destino sacana e irônico dessa vez está brincando de um jeito desleal. Amor platônico não era a melhor pedida pra essa hora, chega a ser maldade da minha mente aprontar isso comigo. Seis letras, uma canção, voz doce e sorriso bonito sempre resultaram num coração partido.
Dessa vez foi o meu.


Só eu sei o quanto precisei de coragem para postar este texto e mais outro que também foi feito para tal pessoa com seis letras no nome *

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

a ele, o ultimo

Há tempos as coisas não saem dos eixos, há tempos eu quero me perder e há tempos escrevo pra tirar de mim toda essa droga de sentimentalismo barato. Há tempos me divirto as minhas custas, imaginando o dia em que toda essa minha solidão deixará de ter graça, há tempos ela vem sem graça. Desgraça há tempos. Eu insisto, eu persisto e me recuso a mudar de erro, erro a dose no amor faz tempo e acho que me acostumei com o excesso que me nego a mudar a direção. Há tempos minhas palavras são tristes e meus sentimentos exóticos, há tempos sou acompanhada por essa loucura solitária, há tempos corro de encontro a mim. Te encontro em outras bocas, te sinto em outros perfumes, frascos bonitos, lírios que eu nunca olhei. Te vejo correr por entre corpos, te vejo passar de boca em boca, lixo em lixo, apenas o corpo, a carne, nada além de uma dose a mais. E eu sempre erro na dose. Há tempos. Há tempos procuro o equilíbrio e eu nunca o encontrei. Deve estar perdido por aí, junto com aquele sorriso o qual eu sempre menciono. O sorriso mais bonito sabe? Então, o perdi ontem, no susto, como um tiro no meio da noite. Apenas se foi, pra sempre, voltou ao seu lugar de origem. E por mim tudo bem, afinal ele nunca me pertenceu mesmo.
O dono? Ah,


(sabia que um dia iria me cansar.o dia chegou.)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Lorena

Garotas. Uma delas chamou minha atenção, com aqueles olhos seguros, remoendo incertezas, apenas mais uma na multidão e a única pra mim. Coração de menina, pura o suficiente pra me colocar no lugar, linda o bastante pra não me deixar esquecer e doce até demais. Tem sido a dona dos meus mais nobres pensamentos e também a ladra de algumas noites de sono. A voz mais bonita que já ouvi, em notas e tons que me fizeram subverter uma emoção fazendo dela a razão pra me perder na linha tênue entre pensar e sentir. Uma garota, apenas mais uma na multidão e a única pra mim. O sorriso ilumina meu dia e faz com que esse reles humano que vos fala se perca em seu próprio ser. É desigual, desleal e quase imaturo, eu sei claro que eu sei, mas ela não sabe. Não sabe meu nome, minha idade, minhas manias, meus sonhos. E eu não me importo em não saber nada além de seu nome. Não me importo porque temos muito tempo pela frente e se você se destacou entre tantas não pode e nem vai ser em vão. Não me importo porque detalhes não me interessam e tudo tem de ser simples, simplesmente Lorena.

Obs: Quisera eu ser apenas uma fã. Ela me inspira de um jeito desigual.

Ao som de Rita Lee - Mania de você

sábado, 8 de novembro de 2008

Décimo andar

Com flores numa mão e o coração na outra eu me prontifiquei a dizer aquelas palavras repetidas uma vez mais. A tolice sempre me acompanha e ao fim de tudo penso que te amar é quase desleal, é desleal, e machuca. Machuca mas não dói tanto, tenho minha cápsula protetora, meu casco, me protejo o quanto posso e garanto que já doeu bem mais. Hoje resolvi te procurar e dizer tudo o que você já sabe, resolvi te olhar nos olhos pela última vez antes de virar as costas e sair da sua vida, antes de dar um fim àquilo que nem começou: Nós. Por vezes eu senti vontade desse ‘nós’ e como uma criança esperançosa juntei nossos nomes por vezes, e ao fim do dia quando encostava a cabeça no travesseiro me dava conta de que só ilusão não bastava, queria presença. Sua presença. O que nunca tive e talvez nunca tenha. Depende de hoje. Amanhã pode ser tarde demais, por isso e pelo amor que está comigo e é seu, estou aqui. Completamente desarmada, sem rancor, ironia ou truques, completamente clara e explicita o bastante para não haver duvidas nem erros dessa vez. Eu te amo. Não posso fazer nada além de te amar. Não posso lutar contra isso e nem fingir que não sinto nada, não mais. Não podemos fazer nada para impedir que isso cresça, não podemos e eu não quero. E você? Estou aqui, com flores numa mão e o coração na outra, esperando um sim ou um nunca mais, para poder te beijar ou então bater palmas ao fim de seu discurso mediano. Bater palmas com as flores e com meu coração, dando de vez um fim a isso tudo.

- Sinto muito pelas flores.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Sinceridade Desarmada

Como eu já disse algumas vezes, crescer estragou minha saúde e de uns tempos pra ca – ou algumas horas, não sei – venho percebendo que também está acabando com o meu coração. Na verdade eu já não o sinto por completo, sei que em alguma parte em mim ele se esconde, mas ta difícil achar o lugar. Cresci, infelizmente, e aquela garotinha de cinco anos que fazia birra quando não tinha o que queria, hoje – só hoje – com dezoito anos, descobriu que fazer birra não resolve nada quando o jogo é entre você e o mundo. Tarde demais? Dezoito anos perdidos? Talvez...
Eu realmente só queria querer, só querer, e eu não quero. Tenho meus sonhos, meus planos, mas não quero de verdade, sabe? É confuso demais pra mim.
Já tive vontade de sair por ai cantando, de pintar meu cabelo de cores inusitadas, de beijar todo mundo, de acabar com um coração, de gritar, e fiz tudo. Isso me encorajou por um tempo, me encorajou até hoje. Hoje. Um dia no qual mudou muita coisa. Parei pra pensar em tudo que tive vontade e não fiz, não por mim, mas pelos outros. E caí na real, nem tudo depende de mim e isso me assusta me assusta de um jeito desigual, de um jeito novo. Assusta-me pensar que eu não posso pegar o telefone e te ligar agora, pensar que eu não posso segurar sua mão e sair por aí feliz somente porque eu quero. Assusta-me saber que vou sempre beijar mil bocas pensando em você.
Tenho medo. Porque há dezoito anos venho tentando me convencer de que eu não preciso disso, venho tentando acreditar que a minha liberdade é primordial, tentando acreditar que eu não quero. E eu quero só que tenho medo. É complicado me pegar imaginando o que poderia acontecer me pegar pensando em nós, sou complicado demais, eu não me dou espaço, não me deixo sentir. Prefiro manter as aparências e esquecer que um dia isso pode dar certo. Acho que preciso esquecer essa conversa de que serei somente eu e Deus até o final. Acho que preciso esquecer. Esquecimento é essa a palavra certa agora. Ou seria covardia?
Só sei que as coisas mudaram por aqui, hoje sinto necessidade de algo a mais, mesmo não me permitindo eu preciso de você.
Façam suas apostas, vamos ver quem ganha a grande batalha. Meu ego ou esse coração idiota que nem bate só apanha (piadinha escrota, ok? Rs)
Cansei de trégua, agora a batalha vai até o fim. E eu ficaria feliz se ao final disso tudo eu olhasse pro lado e encontrasse você.


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Selo

Fui presenteada pela querida Julianna do blog Julie.in.wonderland, que é lindo por sinal. Thanks, Gatz, bom saber que alguém curte o blog dessa Arlequim - ou Alecrim - aqui. rs
Repassando para:
Julie.in.wonderland[não sei se pode, mas eu quero!]

sábado, 1 de novembro de 2008

Solilóquio da caladinha

Talvez eu sempre vá me lembrar dela como a garotinha do cubículo solitário,das noites de sábado.Aparentemente tinha boas amizades,inclusive uma melhor-amiga-irmã,bons programas dominicais e passeios vespertinos.Mas nas noites de sábado, aquelas em os embalos estão mais para embaços,quando a cidadezinha,daquelas com coreto na pracinha,nada havia para lhes oferecer, se reuniam ali,naquele espacinho que lhes era especial.Jogavam vídeo-game,assistiam FRIENDS,tocavam violão e cantavam alto,cantavam a vida que lhes era soprada serena e divertida.Acima de tudo,conversavam e riam (um ria mais que o habitual,o que gerava mais risos,que por sua vez,gerava mais e mais risos).Sabiam que aquele cheiro de amizade era mais forte do que muitos pintados por aí.Ela até participava um pouco da comemoração,que nada comemorava,mas tais momentos se faziam breves e tímidos.Tinha um quartinho minúsculo,com suas coisinhas e uma TV,a única companhia daquele deserto retiro.Fico imaginando o que imaginava a garotinha em seu mundinho de concreto,luzes e sons metálicos.Ali estava em casa,literalmente,os amigos do irmão eram também os seus,alguns desde a idade em que ficavam com o controle remoto na mão vendo Cine Band Privê.Acho que ela até tinha vontade de voltar a ser criança,junto daqueles barbados cantando o tema do Pokémon,cantar alguma canção do Nando Reis tocada no violão ou simplesmente rir do riso ambiente,mas,não sei se por timidez,medo,vergonha ou sabe-se lá qual outro motivo jovem-inibidor,resignava-se às suas velhas roupinhas,sobre sua cama,naquele solilóquio calado.Hoje ela veio à minha casa,no carro da sua nova-velha companhia,sentada à frente.Atrás as companhias de sempre,das memoráveis noites de sábado. Uma pontinha do laço encontrou a outra e tudo se amarrou (como num bom roteiro).A amizade ali ganhava um quê de família,e me senti feliz e tranqüilo em meio aos novos amigos-primos-irmãos,conhecidos desde sempre.Até a cidade parecia mais bonita agora,a felicidade em ver felicidade.A garotinha agora não mais via o mundo através do vidro,via o mundo naqueles olhos.Quero viver meu presente e lembrar tudo depois.Não sei como será o futuro a partir de agora,só quero que o laço aumente. E que vocês sejam mais felizes que um hippie.

Mais um texto escrito por Gabriel Groscke, ele escreve bem né, galera?
Eu falo pra ele atualizar o blog dele, mas ele não me ouve --'

Ps: Thaynah, obrigada pelo selo, fiquei imensamente feliz. :D

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Ensaio

São 5 da manhã, e eu apenas acordei pra me lembrar do seu rosto, recolher o meu e apagar as evidências. Foi estranho. Estranho demais pra uma noite de segunda-feira, estranho me encontrar naqueles olhos e me perder ao som de sua música. Estranho ver como tudo realmente mudou. Eu não queria, mas a sensação ao te ver já não é mais a mesma e eu não estou me referindo ao novo corte de cabelo ou então a roupa que você usava. Você ainda é o mesmo, eu sei, mas acho que eu não. Ausência. Penso que me acostumei com a sua, penso que aquela necessidade de te ver se foi, e eu que achei que ia ser pra sempre. Não foi. Se foi. Pra sempre realmente é muito tempo e eu sempre exagero ao encaixá-la nas frases mais tolas, tornando-as ainda mais clichês. Banalidade nostálgica com um toque de sinceridade excessiva. Estranho. Ainda sinto aquele medo de antes, e por mais que tudo esteja diferente eu ainda quero. Quero, e isso é tão tosco que chega a me assustar. Quanta tolice numa garota só é tanta pieguice que me envergonha. É. O cabelo se foi, mas que culpa tenho eu se você continua sendo o dono do sorriso mais lindo do mundo?


Qualquer semelhança é mera coincidência ;)

domingo, 26 de outubro de 2008

E essa sensação que não passa.
Eu tenho certeza que eu já vi esse seu sorriso em algum lugar.
Aonde eu não sei, pode ter sido num sonho, num amigo, ou numa cor.
Vermelho.
Pode ter sido sim.
Ou então na última boca que eu beijei, talvez no olhar do último caso que tive.
Não sei realmente eu não sei.
Por vezes penso que pode ser coisa de outras vidas, vidas passadas e tudo isso que todo mundo diz;
Mas por muitas penso que é coisa da minha cabeça e nisso é mais fácil de acreditar.
O jeito, os dentes, as covinhas, tudo, um sorriso que é minha passagem pra saudade de algo que eu desconheço.
E ao ver aquele sorriso se alargando ao me ver dobrar a esquina penso que sou uma mulher de sorte, é pra mim o sorriso que me traz tal sensação.
E essa sensação que não passa.
Eu tenho certeza.
Já vi esse sorriso em algum lugar

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Quebra-cabeça

Juntei meu rosto. Tentei montar um quebra-cabeça de mim mesma, tentei colocar as peças nos devidos lugares, um trabalho aparentemente fácil. É fácil. Realmente é muito fácil quando nada está em falta, quando temos todas as peças necessárias. Eu não tinha. Eu não tenho. A mim falta a peça principal, a do meio. E por mais que eu procure em todos os lugares eu não a encontro, às vezes penso que ela foge ou então que ela nunca existiu. Há tempos não me sinto inteira, há tempos não moro dentro de mim e há tempos não vejo você. Não me vejo em você há tempos. Por me perder eu te perdi e isso me custou uma peça, a principal, a do meio. Peça que mudaria tudo, que acabaria de vez com nossas reticências nos deixando apenas um ponto, o final. Sem escolhas, sem erros ou promessas, apenas nossa única saída. O fim. Ou então o começo. Honestamente eu não gosto de começos, tudo sempre começa bem, sempre com uma aparente felicidade e quando você se da conta está recolhendo seus cacos, no chão, tentando montar um quebra-cabeça que sempre estará incompleto. Você levou minha peça principal, justamente a do meio, aquela que daria sentido a tudo, ainda mais agora que as coisas não fazem sentido algum. Não pra mim. Não sem você. Uma peça, apenas um pedacinho de um quebra-cabeça humano, apenas um pedacinho de mim, uma parte minha que você levou. A peça é minha, e eu decido as coisas por aqui. A partir de agora quem escreve essa história sou eu, apenas eu e mais ninguém.
Juntei meu rosto, junto com as migalhas de esperança quase morta. Completa. Eu estou completa. E já é possível te ter entre meus dedos, te arrancar de minha vida, assim, com um sopro.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Engano

Sabe aqueles dias em que você acorda com a sinceridade te socando a cara, gritando seu nome? Sabe?
Aqueles dias em que você acorda meio Hitler, apontando o dedo na cara de todo mundo, julgando todos, não somente os judeus como o nosso ‘amigo de bigode’ citado acima ?
Aqueles dias em que você pensa que a verdade esta do seu lado, mesmo sabendo que a verdade não tem lado algum, e se tivesse seria bipolar?
Aqueles dias sabe?
Aqueles. Tipo hoje.
Acordei assim e já vou adiantando minhas desculpas para o caso de algum mal entendido. Acordei e fui direito pro espelho, dei de cara com a minha primeira (e única) vitima. Falei tudo o que queria e também o que não queria. Falei. Vomitei todas aquelas palavras e meias palavras e palavras inteiras em cima dela sem pudor algum. Gritei verdades que ela já sabia, verdades que ela não sabia e milhares de vezes aquelas que ela não queria saber. Gritei mesmo. Sabe como é, né? Às vezes gritar ajuda no entendimento, ainda mais no dela que parece que só funciona na raiva.
Fiz papel de louca e ela só me olhava com aqueles olhos estáticos, acredita?
Eu gritei, eu briguei, fiz de tudo um carnaval, e aquela menina dos olhos grandes não parava de me olhar, me olhava sem dizer nada. Também, com aquele olhar pra que palavras?
Ela gritava por aqueles olhos “eu sou você, eu sou você” e eu ria, ria como louca.
Eu sou você? Até parece...

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Menino do mundo

Eu o tive, por horas, minutos vastos e intensos, na verdade foi uma noite, mas o tive. Foi meu. Nos encontramos entre beijos e caricias, sem palavras. Palavras parecem promessas e promessas nunca são cumpridas, não sempre, não pra mim. Eram como imã nossos corpos grudados, nossas bocas e em nossos ouvidos aquele bom e velho rock'n'rol. No ritmo da música chegávamos a ficar tontos e até agora não sei se era o som ou o excesso de bebida que nos deixava assim, acho que o certo é dizer que um completava o outro. E acabou. Acabou como tudo acaba. As luzes se acenderam, os músicos se foram levando nossa trilha sonora e o sol resolveu aparecer – meio tímido –levando nossa noite. Hoje a noite é só minha e ele já não é mais meu. Mas foi. Eu o tive naqueles minutos intensos e vastos. O soltei. Afinal que graça tem prender um menino do mundo?!

Ps: Tentando matar a raiva que está me matando !

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Selo



Ganhei este selo da Danielle do blog Incontáveis Significados. :D
(todo mundo contente junto comigo, vai.\o/)
Brigadão mesmo, querida, é bom saber que as minhas 'asneiras' agradam tanto assim. Fico muito feliz e imensamente grata :)

Como tudo tem regrinhas, o selo também tem.
1º Expor o selo no blog
2º Colocar o link dos indicados
3º Presentear 10 blogs


E aí vai a listagem dos blogs:
http://transtornobipolarr.blogspot.com/
http://tiomah.blogspot.com/
http://palavraspraninguem.blogspot.com/ http://geofrontmarcio.blogspot.com/
http://devaneioslinos.blogspot.com/
http://caosdeinverno.blogspot.com
http://janalauxen.blogspot.com/
http://facquodvis.blogspot.com/
http://casadasmentiras.blogspot.com/
http://tudoalheio.blogspot.com/

Amanhã volto com as minhas asneiras. (Y)

terça-feira, 14 de outubro de 2008

de Ana, o amor.

Com olhar perdido ele vaga pelas ruas dessa cidade vazia. Sozinho. Ele tem amigos de sobra, tem histórias de sobra e lembranças pra um dia esquecer. Ele tem pessoas, já teve amores, mas Ela ele não tem. Ele segue no ritmo descompassado das músicas do Skank e das batidas de seu coração, uma mescla de esperança e saudade de algo que nunca aconteceu. Tem o dom de congelar momentos e o faz com grande destreza, mas só de olhar praquele rosto cinza percebemos que ele trocaria qualquer dom pelo esquecimento, assim, no susto, sem pestanejar. E nas noites de tempestade, deitado em sua cama, ele, que não acredita em Deus tenta uma oração pedindo pra esse amor vingar. Ele pede. Ele tenta. E na loucura começa a chamar por Ana.
Ana. A menina de seus sonhos, seu amor, talvez o único em toda sua vida. Ele corre contra o tempo, luta contra si mesmo e se pudesse arrancaria tudo de seu coração. Não. Ele não pode. É claro que não pode.
Ana realmente não é dele, e talvez nunca seja, mas ele conhece seu destino, sabe o que o espera e receio que até goste de seu fim.
E Ana?
Ah, ela apenas ri.

É, ri ao dizer a todos: Estou nele, mas ele não está em mim.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Quando a morte conta uma história, você deve parar para ler.

Certamente houve muitas rondas a fazer naquele ano, da Polônia à Rússia à África, ida e volta. Talvez você argumente que eu faço a ronda em qualquer ano, mas às vezes a raça humana gosta de acelerar as coisas. Aumenta a produção de corpos e das almas que escapam. Umas tantas bombas costumam resolver a questão. Ou umas câmaras de gás, ou a conversinha de canhões distantes. Quando nada disso conclui os procedimentos, pelo menos despoja as pessoas de seus meios de subsistência, e posso ver gente sem teto por toda parte. É comum eles virem atrás de mim quando vago pelas ruas das cidades violentadas. Imploram que eu os leve, sem perceber que já estou atarefada demais. "A sua hora chegará", eu os convenço, e procuro não olhar pra trás. Vez por outra, gostaria de dizer algo como "Não vê que já estou com as mãos cheias?", mas nunca o faço. Reclamo internamente enquanto vou fazendo meu trabalho, e há anos em que as almas e os corpos não se somam, multiplicam-se.


(A menina que roubava livros, de Maskus Zusak)
Meu cabelo → Roxo/Azul

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Assim seja

E no ápice do desespero saiu gritando seu nome por todas as ruas. Falou o que queria e o que não devia, falou o que estava travado em sua garganta há tempos, desde aquele dia, maldito dia em que eles deixaram de ser um casal. Tropeçava nas próprias palavras e às vezes até tentava voltar atrás, mas não, ela sabia que já havia ultrapassado seu limite e que voltar não era a solução. Não mais. Não agora.
Os pensamentos brigavam em sua mente e ela já não sabia o que estava fazendo. Porque foi beber tanto? Ela se perguntava mesmo sabendo que a bebida não era desculpa. Nada era desculpa. Nada. E foi ao nada que ela voltou. Depois de gritar aos sete ventos que aquele amor não prestava que ele nunca existiu e que sentimento maior é o ódio que ela trás consigo.
Gritou. Gritou até perder a voz por completo, e ao amanhecer ela voltou praquele mesmo apartamento barato, cheirando uma mistura de naftalina e ausência. Deitou em sua cama e sonhou com o dia mais feliz de sua vida, o dia em que Pedro entraria por aquela porta.

Obs: Pintei meu cabelo de roxo. (só pra constar.. rs)

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Topa?

Eu não vou te amar sempre. Não vou te fazer sorrir todos os dias, nem te ligar toda hora, e também posso esquecer as datas importantes. Não vou fazer promessas e nem dizer mentiras só pra te agradar. Não vou fantasiar que você será meu único grande amor, afinal já tive outros e você sabe disso. Não quero que prove seu sentimento me dando um anel e nem que diga aquele tal de pra sempre. O pra sempre não existe, e da minha boca isso não sairá. Não vou pedir o que você não pode me dar e nem vou dar nada além do que posso. Não vou te encher de juras e nem prometo trazer flores.
E aí, quer ser meu garoto?
Não, não vai ser eterno, mas vai ser real.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Miojo com paçoca

Quase desmaiando de sono,mas ver sua foto me fez escrever. Não sei se você merece um texto...acho que não,saudade nem é a palavra certa. Só quero que saiba que isso não é uma carta de amor,muito menos de rancor.
(Pausa para ir ao banheiro...)
Quase vi em você uma amizade,um refúgio. No meio de tudo você,me salva da selva. Bem,na verdade ainda deve ser minha amiga,nunca te quis longe,mas agora tanto faz. Tudo já se foi,amizade, carinho e amor.Não há mais por que lutar,minhas mãos estão cansadas. Não escreverei aqui um manifesto emo,cheio de mágoas imbecis,tá tudo certo,tudo tranqüilo.
Quem chama ao telefone?Por que não bate na porta?Que chama arde teu nome?Será que alguém se importa? Não,não importa mais. Saibam vocês,queridos leitores,que,ou muito me engano,ou esse sono maldito me fez copiar alguns versos que perfeitamente se encaixam em minha vida.Mas tudo bem... Sei que às vezes uso palavras repetidas,mas quais são as palavras que nunca são ditas?
Quem aí gosta de miojo com paçoca?


Escrito por Gabriel Groscke

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Gabriel

Não precisa chorar não, ela nunca foi sua. Eu sei, você sabe. Ela nunca te pertenceu, só você acreditou nesse conto de fadas, só você se doou, se entregou. Só você. Não, não precisar chorar, lagrimas não mudam nada, não curam nada, não vão trazer ela de volta. Não. Não grita. Ficar sem voz não vai calar seus pensamentos que ecoam pela casa vazia procurando uma resposta. Não se desespere. Nada fere tanto e distorcer as coisas não vai amenizar a dor.
É, bem vindo à vida, meu bem. Bem vindo a esses caminhos de idas e voltas, de idas sem voltas e de partidas constantes. Inconstante. É tudo inconstante. Relativo. Eu, você e todos esses encontros casuais, até esse tal de pra sempre. Tudo passa.

domingo, 5 de outubro de 2008

Insônia

Já está quase amanhecendo e aqui estou eu tentando apagar as lembranças.
Ontem. Ontem eu quase me esqueci de tudo, quase te tirei de mim. Quase, é sempre quase. Eu preciso de mais alguns minutos, apenas alguns, pra tirar da cabeça o que não sai do coração.

A mente. A mente mente, a vida mente, sempre me enganam e eu quase morro nessa linha tênue que separa o pra sempre do nunca mais.
Quase cinco da manhã, eu ainda sinto esse quase amor. Luto contra meus olhos que se fecham sem o meu comando. Alguns minutos, apenas minutos, é tudo o que eu quero. Tudo o que preciso pra transformar em certeza esse talvez. Não consigo.
A noite quer me roubar o dia, a escuridão da madrugada já inundou meu quanto e nos ensinaram a dormir quando escurece.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

- Tchau!

É estranho como sempre te encontro em outros olhares, outros corpos, outros sabores. É estranho esse encontro e ainda mais estranho quando este não há. Sempre te vejo em outras pessoas. Sempre. E sempre essa imagem me rouba a vida, me rouba aos poucos, e ao fim do dia penso que se não fosse você teria sobrado muito mais de mim. Fugir? Eu já tentei, mas os caminhos sempre têm o mesmo destino e por mais que eu me recuse sempre chego até você. Não! Eu aprendi a dizer não. Mas quem vai dizer tchau?

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Liberdade

Lavo minhas mãos, lavo meu corpo, tentando me desfazer destes vínculos, destes indícios que me incriminam até a alma. Olho-me no espelho com orgulho, sinto a satisfação pulsar em mim. Eu o matei. Deixo aqui a prova escrita de que eu, hoje, cometi um crime, o primeiro dentre muitos que ainda virão. A principio me deu náuseas, me feriu e senti uma dor parecida ou igual a de minha vitima. Um momento depois as mesmas náuseas deram espaço ao prazer e pude ver de relance um sorriso surgindo em meus lábios. Eu realmente o matei. E não pude conter a alegria de vê-lo morto. Gargalhei. Ri como nunca, um riso de desespero, de alguém que não sabia o que tinha acabado de fazer. Mas eu sabia. Fui pratica. Tive que matar e matei. Lavei minhas mãos tirando aos poucos os vestígios daquilo que acabara de matar, me desfiz das lembranças e de um passado que nem era meu. É, eu o matei. Ainda não sei ao certo se foi homicídio ou suicídio, mas matei assim mesmo, sem certezas, promessas ou crença. Apenas fiz o meu trabalho, dei fim àquilo que queria o meu fim, me defendi da maneira que encontrei pra me defender. E é bom saber que aquilo que outrora era meu hoje já não faz moradia em mim. Estou livre.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Anotação²:

Ontem encontrei com a solidão, num desses bares da vida, conversamos e ela me contou sobre suas idas e vindas dentro de mim. Bobinha. Até parece que eu não sentia sua presença, sei lá, a sensação era única, só a solidão solitária como ela só pra entender. Depois de algumas doses ela me contou suas lamurias e disse que em breve voltará pra me fazer companhia.
E não é que ela veio mesmo?! Pois é, veio, e
dessa vez acho que veio pra ficar.

domingo, 28 de setembro de 2008

Ela

E aqui estou eu mais uma vez, tentando escrever algo bom e bonito o suficiente pra ser intitulado com seu nome. É frustrante, eu não consigo. Não consigo colocar pra fora o que há muito está preso na minha garganta e queimando meu coração. Não consigo traduzir um sentimento que nem chega a ser sentimento, estranho, não? Também acho. Mas não consigo, simples assim. Foi bonito, bonito mesmo quando te vi, mas a sensação se foi junto com os dias que vinham, percebi que pra eu sentir era necessário ver e não era isso que eu queria, não é isso que eu quero. Não hoje, amanhã pode ser, talvez, quem sabe?! A saudade me corrói me rouba os dias e acalma os ponteiros do relógio, vai me matando aos poucos, vai tirando de mim as lembranças que outrora foi vida e hoje são apenas fragmentos de um passado quase morto. Me sinto arredia, me sinto distante e ausente de mim mesma e eu não sei o que me faz sentir assim.
Será você a culpada disso tudo?
Será que você é a causadora dessa terrível incisão na minha alma? Eu não sei!
Eu não sei, você não sabe. Mas dói, e dói de um jeito desigual.
É desleal tal sentimento brotar em meu coração sem ao menos tocar o seu, é um querer desleal, desleal e tão covarde. A covardia daquele olhar que me devorou aos poucos..
Ah, aquele olhar...
Deixei-me ser devorada, eu sei. No começo foi bom, mas todos sabem que a tristeza sempre vem mascarada de felicidade, no meu caso a solidão se mascarou, e agora eu estou aqui, só. Sozinha e na tentativa de dar seu nome a um texto meu, tentativa mais uma vez frustrada, é sempre frustrante, sempre.
Não consigo falar de você, só do que me fez sentir, e não consigo te esquecer porque a sensação se alojou em mim. Não se pode esquecer algo que se tornou inesquecível. É assim que a vejo: i n e s q u e c i v e l.
Acho que ainda te quero, acho que ainda quero te querer, só acho, mas a verdade eu não quero saber, não me importa a minha própria opinião, só você me importa. Sempre você. A única que importa.
Desculpa se houve falta de nexo, desculpe-me se não fui tão clara, o fato é que com aquelas mãos tremulas apanhou meu coração e levou pra si, deve estar ao lado de seu violão neste momento, mas sei que nenhuma de suas canções foram feitas pra mim.
Eu sei, e isso não muda nada.
A canção não precisa ser minha, a única que tem que ser minha jamais será, nunca irá ler isso e nem devolverá meu coração. Mas quem liga? Eu não ligo.
O importante é o que importa: Você!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Carnaval

Mascaras caem como chuva, caem sempre, sempre caem e é sempre sem propósito ou com propósito demais. Aquele sorriso que parecia o mais feliz dentre muitos deu espaço a uma lágrima, cristalizada, amarga, guardada pra uma ocasião nem tão especial assim. E do mesmo sorriso fez-se noite, fez-se chuva, fez-se mar. O mesmo sorriso que há muito não é sincero, deixa cair sua mascara e exala o ultimo suspiro de uma vida de mentiras.

domingo, 21 de setembro de 2008

Fingindo ser o que eu já sou



Olhei pro lado e não tinha ninguém, olhei pra frente e como aquele cara disse só havia uma
pedra no meio do caminho, realmente, no meio do caminho havia uma pedra. Resolvi então olhar pra dentro, mas me perdi em meio a tanto vazio. Dói. Uma dor nem tão doída assim, mas dói saber que não se tem muito (ou nada) pra oferecer. Eu sinto essa dor porque eu não tenho, não ofereço nada, meus sentimentos nem me fazem sentir direito, como vou oferecê-los a alguém? Claro que eu tenho um coração, disso eu não tenho duvidas, mas acho que nunca li o manual de instruções. Se tem algo que eu não sei fazer é cuidar do meu coração, não sei, pelo simples fato de não saber, entende? E mesmo assim você me entrega o seu, de bandeja, e pede pra que eu cuide direito daquilo que é mais meu do que seu. Você é louco? Eu não sei cuidar disso! EU NÃO SEI. Pra mim não passa de um aparelhinho que nos mete nas mais inusitadas situações, e eu to fugindo dessas ultimamente.
Sinto muito, mas eu não sirvo pra você, eu acho que eu não sirvo nem pra mim.
Não quero te machucar cuidando de algo que eu nem sei pra que serve.

Desculpa, mas acho que vai ser Eu e Eu até o final

sábado, 20 de setembro de 2008

Ainda Bem

Vanessa Da Mata
Composição: Liminha/Vanessa da Mata

Ainda bem
Que você vive comigo
Porque senão
Como seria esta vida?
Sei lá... sei lá...
Nos dias frios em que nós estamos juntos
Nos abraçamos sob o nosso conforto
De amar, de amar
Se há dores tudo fica mais fácil
Seu rosto silencia e faz parar
As flores que me manda são fato
Do nosso cuidado e entrega
Meus beijos sem os seus não dariam
Os dias chegariam sem paixão
Meu corpo sem o seu uma parte
Seria o acaso e não sorte
Ainda bem
Que você vive comigo
Porque senão
Como seria esta vida?
Sei lá... sei lá...
Se há dores tudo fica mais fácil
Seu rosto silencia e faz parar
As flores que me manda são fato
Do nosso cuidado e entrega
Meus beijos sem os seus não dariam
Os dias chegariam sem paixão
Meu corpo sem o seu uma parte
Seria o acaso e não sorte
Neste mundo de tantos anos
Entre tantos outros
Que sorte a nossa heim?
Entre tantas paixões
Esse encontro nós dois
Esse amor
Entre tantos outros
Entre tantos anos
Que sorte a nossa heim?
Entre tantas paixões
Esse encontro nós dois esse amor
Entre tantas paixões
Esse encontro nós dois esse amor.

Aii aii aii ♥[HIAUHAIAUHAIUH]

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Anotação:

Essa vida não presta e como se não bastasse muitos filhosdaputa aparecem pra estragar o que por um momento pensávamos ser bom.
- A ilusão acaba à 00:00, Cinderela.
- Merda! --'

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

mais um sem titulo

Meu mundo já não basta, quero mundos alheios, cores vivas, pessoas, amores.
Quero sentir o áspero da língua, o quente dos lábios, a sensação de pra sempre. Quero correr contra as certezas, calar as aparências e fugir das mentiras. Quero fumar um cigarro, sentir a vodka ardendo a garganta, sentir a liberdade nos olhos sem fazer mal a ninguém.
Eu só quero ser livre, apenas livre, mas eles não entendem, nunca vão entender, jamais.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Perfil

E tudo pode acontecer a partir do primeiro gole.

Eu não sei, mas o bom de tudo é que passa!
Sinceramente, até sei, mas não quero acreditar.
Quando você menos espera é quando te dão uma facada no peito. O que você faz? Chora?
Larga a mão de ser trouxa, seja que nem ela, apenas finja que nada fez que nada a prejudicou que nada aconteceu.

Cansa!
Pela milésima vez, cá estou, cansada de tudo e, de todos, parece que quando você mais precisa tão pouco se fodendo pra você.
Eu não tenho o dom da escrita, muito menos o dom de porra alguma, é por isso que ta saindo essa merda aqui.

Você se importa?
Seja honesto, diga-me a verdade se não consegue parar de jogar.

Marinão que escreveu. ;D~

domingo, 14 de setembro de 2008

Fake!

Meu coração ta batendo ao som do teu nome. Meu pobre coração parece que dessa vez ta batendo por você.
Você.
O dono do olhar que me encanta e do sorriso mais lindo do mundo. O dono dos gestos mais raros e das palavras mais puras.
O dono. O meu.
E ao te ver de costas, partindo, indo embora, me lembro de quando chegou e o gosto de sua boca vem à minha, misturado com aquela sensação de saudade e vontade de te ter aqui.
Gostar
dói.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Sol com sétima


Foi um prazer. Apesar de tanta confusão, rolos e desencontros, o seu beijo é bom. O seu cheiro é bom, seu cabelo, sua pele. Seu coração eu não sei, mas deve ser, sei lá, não importa mais. Seu papo é bom, suas brincadeiras nem tanto. Seu toque é bom, é seu toque é bem bom. Já falei sobre seu beijo?
Pois é, realmente foi um prazer.

sábado, 6 de setembro de 2008

Delírio

Querido, atualmente tenho vivido de mentiras. Me alimento delas. Eu as escrevo e quando vejo já as devorei. Tenho me tornado patética e por sorte os dias tem sido calmos. Calmos. Não esqueça e nem confunda, calmaria não significa bem estar. Eu não estava brincando quando sorrindo disse que as pessoas me assustavam, pois é, elas realmente me assustam; e eu ainda não pude entender como uma pessoa pode dizer convicta que ama outra. Ela tem defeitos, sabia? Ela mente, ela é covarde, ela é egoísta, mesquinha, medíocre. Amar é fechar os olhos pro outro? Isso é cegueira, meu bem. (fato!)
Hoje eu acordei querendo esquecer do mundo, esquecer que tenho pais e que tenho hora pra voltar, esquecer também que tenho coração e que sou movida por sentimentos. Só queria esquecer. Por um segundo apenas, sem mais.
Me apanho pelos cantos, implorando pra que isso seja uma utopia, ou talvez um pesadelo, que ao despertar provocasse gargalhadas, mesmo que desesperadas, impróprias e tristes. Agora só me resta fechar o nariz com as mãos, abrir bem a boca e terminar de digerir tudo. Digerir essa mistura de vontade e amor que me confunde e ilude. Acho que vou aproveitar o embalo das mudanças e vou te ligar, pra dizer o quando lhe amo, pra pedir que com um olhar me devore e que seja misterioso o suficiente pra me fazer acreditar.
Peço que faça. Por favor faça, mas faça ao vivo. Meu negocio é olho-no-olho e disso eu não abro mão.
Tudo acontece num segundo, num brevíssimo tempo que às vezes por ser tão breve muda nossas vidas pra sempre.
To indo te ligar, antes que o dia acabe, antes que a noite caia quero ouvir sua voz. Quero você, paixão, vermelho, explosão. Quero hoje, só hoje. Uma noite e nada mais.
A gente troca caricias, deixa o nosso instinto falar mais alto, esquece o resto do mundo e seremos felizes por (algumas) horas.
Depois a gente se despede, eu volto pra casa, você volta pra sua vida maravilhosa(mente podre), te ligo no dia seguinte e enfim digo adeus.
Ai eu sumo, pra sempre.
Que tal?

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Quinta-feira

E então ele me olhou, sorriu e lagrimas de saudade brotaram de seus olhos. Ali. Bem no meio do concreto e de vidas que vem e vão sem rumo algum, sorriu. E eu pude ver dentro de sua alma, como se aquele sorriso fosse um convite pra eu adentrar seu ser. Senti o coração pulsar mais forte, ouvia claramente as batidas descompassadas dizerem mil frases sem sentido e com muita cor. Ouvi demais e me lembro como se fosse ontem de tudo o que você disse ou quis dizer. Lembro do seu toque e de cada movimento seu. Lembro até das borboletas que surgiram no estomago. Mas não esqueço mesmo é daquele sorriso.
E agora é a vez da saudade que arde sem me aquecer. Guardo comigo aqueles olhos de caleidoscópio e a amargura de não me recordar de seu rosto. Guardo a suavidade e aquele cheiro inebriante que te envolvia, guardo as palavras recortadas da lembrança e os beijos que eram só seus. Esta tudo guardado nesse vazio que já tomou conta de tudo. Agora só há espaço para nostalgia e para as cartas que eu nunca mandei.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Essa sinceridade às vezes me enoja

Sinto-me ausente à minha própria vida, me sinto vazia, nua e sufocada.
Estou em casa, roendo o esmalte vermelho que ainda resta nas unhas, procuro, vasculho meu coração, a procura de respostas.
Respostas que não mudam nada, nunca mudaram nada e não tenho a pretensão de que isso aconteça.
Se estivesse no meu lugar, o que faria?

Eu, no meu lugar, apenas não faria.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Raquel

Vem doce
Vem bela
Morena dos olhos de vidro
Me diga seu nome e serei sua canção

- Raquel

Vem serena como a noite
Faz silencio e faz alarde
Sorri como quem não quer nada, é quase uma estrela no céu
Poeta no sangue e no nome
É lindo o seu nome, Raquel

E em mim já te tornares pedra, ta gravada num pensamento meu
Ta guardada como uma preciosidade e tens minha devoção
E eu tenho o seu coração que me faz compreender:
Não se explica Raquel e seria um erro entender.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Kurt Cobain


A primeira vez que ele viu o céu foi exatamente às seis horas e cinquenta e sete minutos depois do momento mesmo em que uma geração inteira se apaixonou por ele.
Foi, sem duvida alguma, sua primeira morte, e apenas a primeira de muitas pequenas mortes que se seguiriam. Para a geração enamorada por ele, era uma devoção apaixonada, poderosa e obrigatória - o tipo de amor que logo de inicio você sabe que está predestinado a partir seu coração e terminar como uma tragédia grega.






Mais Pesado Que O Céu - Uma Biografria de Kurt Cobain

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

reticências

Só você não vê
que eu jogo contra mim
a seu favor.

Só você não vê
que mais uma vez abdico
de mim.
E é só você.
Só você.

Isso tudo só tem verdade
se tiver você aqui,
e carrego seu coração comigo.
Carrego seu coração
no meu coração.

Quantas toneladas de sinceridade eu despejava em seus sonhos.
Você nunca soube o que eu dizia enquanto dormia
e você a me cobrar mentiras e frases feitas.

Trago em mim a ânsia e a vontade
de esquecer aquilo que se tornou inesquecível,
inesquecível e triste.
Trago em mim o gosto amargo do seu corpo,
o mesmo que um dia foi mais meu do que seu.

É incrível como você fez minha cabeça
e despedaçou meu coração, é incrível.
Incrível e tão cruel.

Só você não vê
que mais uma vez abdico de mim.
E é só você.
Só você.

Mais uma vez jogo contra mim
a seu favor.
Sempre.
Sempre assim.
Sempre nos destruímos.

Dessa vez eu via claramente,
havia algo gravemente quebrado.

Era eu.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Fato!

Vamos à verdade:

Tudo é mentira!
Tudo.
Tudo mesmo.
Tudinho.
Juro!



Mentira!

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Cores.

Dois olhos verdes preocupantes e indecisos vêm tirando meu sono há semanas, “Dois olhos verdes da cor da fumaça”, Cazuza me entenderia.
É, também mereço ganhar pra ser carente profissional.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Um sábio que nada sabe

Com você o pensamento vai, com aqueles olhos de vidro que me tiram o sono, olhos tão seguros e ao mesmo tempo tão aflitos, olhos que me mostram toda segurança e insegurança do mundo.
São seus olhos que controlam cada movimento meu, que controlam – sem saber – uma vida.
Dois olhos da cor da tempestade que trago comigo, olhos, apenas olhos que podem e tentam me mostrar um novo caminho. Os olhos são verdes, mas os vejo no tom que melhor me cabe, a cor não diz nada, mas eu sei, é algo entre o inferno e o céu.

sábado, 2 de agosto de 2008

La Nuova Gioventú

(Renato Russo)

Tudo que sei
É que você quis partir
Eu quis partir você
Tirar você de mim

Demorei para esquecer
Demorei para encontrar
Um lugar onde você não me machucasse mais
E guardei um pouco
Porque o tempo é mercúrio-cromo
E tempo é tudo que somos

Talvez tivéssemos, teríamos tido, tivéramos filhos
Estava lhe ensinando a ler
On the Road
E coisas desiguais
Com você por perto
Eu gostava mais de mim.

Veja bem, eu já não sei se estou bem só por dizer
Só por dizer é que finjo que sei
Não me olhe assim
Eu sou parte de você
Você não é parte de mim.

Do meu passado você faz pouco caso
Mas, só para você saber,
Me diverti um bocado

E com você por perto
Eu gostava mais de mim

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Clarice

A felicidade da menina foi-se embora junto com seu cabelo, com o suposto namorado e com o que ela achava ter de mais importante na vida.
Foi, assim, do nada, apenas saiu pela mesma porta que entrou, se é que a felicidade entra pela porta, né? Uma vez me disseram que ela entra pela janela, sei lá, mas isso não vem ao caso, não agora.
Aqui o que nos interessa é a garota de olhar distante, procurando alguma coisa que nem ela sabe que perdeu; passos largos, pele branca, óculos escuros e cabelo curto, tão curto quanto a esperança que traz consigo.
Menina dos olhos de vidro, boneca talvez, mas os olhos de vidro são indispensáveis.
É difícil descrever alguma coisa que cativa, eu não sei, mas acho que aquela tristeza de algum modo – do seu – era bonita.
E é estranho como parecia minha aquela solidão.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

"Çumemo!"

Musica!
É dela, somente dela que preciso. ;)

Aprendi a tocar Iris - Goo Goo Dolls.
Só pra constar. ;P~

segunda-feira, 28 de julho de 2008

[sem titulo]

Eu só preciso de um café forte, um livro e alguém pra mentir que tudo vai ficar bem, preciso ter minha vida de volta, ser a mesma de antes, ser a mesma pessoa de anos atrás. O tempo me roubou pessoas, me tirou oportunidades e agora se desfaz em minhas mãos. O tempo está me abandonando e eu já não sei pra onde ir.

É, eu não sei...

domingo, 27 de julho de 2008

sábado, 26 de julho de 2008

Rabisco.

Coração em pedaços, lembranças, uma fotografia e a certeza de que o que foi deveria ter ficado. É a saudade, fazendo estrago uma vez mais.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Às Vezes Nunca

(Humbeto Gessinger)

Tô sempre escrevendo cartas que nunca vou mandar
Pra amores secretos, revistas semanais e deputados federais
Às vezes nunca sei se "AS VEZES" leva crase
Às vezes nunca sei em que ponto acaba a frase

Você sempre soube, eu não sabia
Toda frase acaba num riso de auto-ironia
Você sempre soube,eu não sabia
Toda tarde acaba com melancolia

E, se eu escrevesse "SEM" com "S", ou escrevesse "CEM" com "C"?
Por acaso faria alguma diferença?
Que diferença faria?
O que você faria no meu lugar, se tivesse pra onde ir e não tivesse que esperar?
O que você faria se estivesse no meu lugar, se tivesse que fugir e não pudesse escapar?

Você sempre soube que eu não conseguiria
Quando a frase acaba tarde, tudo fica pra outro dia
Você sempre soube, eu não sabia
Toda tarde acaba em melancolia

Às vezes não entendo minha própria letra
Minha própria caneta me trai
Às vezes não entendo o que você quer dizer quando fica calada

Você sempre soube, eu não sabia
Quando a frase acaba o mundo silencia

Às vezes não entendo onde você quer chegar quando fica parada
É como ficar esperando cartas que nunca vão chegar
Não vão xegar com "X", nem vão chegar com "CH"
É como ficar esperando horas que custam a passar
Enquanto ficamos parados, andando pra lá e pra cá
É como ficar desesperado de tanto esperar
Olhando pela janela até onde a vista alcançar
É como ficar esperando cartas que nunca vão chegar
É como ficar relendo velhas cartas até a vista cansar

Você sempre soube, eu não sabia
Você sempre soube, eu não sabia


Yeah, Baby, Yeah !

terça-feira, 22 de julho de 2008

Anotação:

Até tenho tempo, mas tenho tantas outras coisas pra fazer, coisas que realmente valem a pena, coisas que merecem todo o tempo do mundo.

Pra você.

A voz rouca me vem à boca e eu grito sem pudor, grito pra avisar ao mundo, a mim e a quem quiser ouvir que uma vida já não basta e que eu, ao contrario de muitos, não tenho todo tempo do mundo.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Colombina.

A chuva não para lá fora e eu a sinto gota a gota, como se fossem gotas de sangue caindo de uma ferida semi aberta. Trago na boca o gosto do café, forte e amargo como uma tentativa frustrada de amor. No peito um coração despedaçado. Mente perdida entre cenas paralelas de um cotidiano quase morto, rabisco alguma coisa que não consigo entender e percebo que a caneta não atende os meus comandos, escrevo apenas, nada além.
Encontro-me em olhos tempestuosos, mãos tremulas e pele branca – como um cadáver – que me faz lembrar uma cor entre o céu e a cereja e de fabulas feitas de realidade nua.
E uma voz surge, pra me lembrar que o pra sempre, sempre acaba.
Sinto-me perdida uma vez mais, como sempre, como nunca, como deveria ser.

sábado, 19 de julho de 2008

Verdade Abstrata

Eu gosto do cheiro da chuva e também gosto do seu cheiro em mim, gosto da pele na pele e gosto da ausência do vazio.
Gosto da sua voz me dizendo coisas sem sentido, me cantando, cantando aquela velha musica que conhecemos mais que nós mesmos.
Gosto do barulho do beijo e gosto do silencio dos olhares se encontrando, gosto das juras eternas e muito mais das curtas que me lembram um sonho bom.
Gosto dos detalhes e os desprezo na mesma intensidade, eu não preciso de detalhes, preciso me sentir viva.
Gosto de mim quando estou com você e só existe gostar porque você está em mim.
Gosto do seu gosto e não me importo em perder-me em outras bocas, o que ficou ta gravado, o sabor favorito, seu gosto morando em mim.

Diário Noturno

E quando cai a noite em um lugar qualquer, ela fecha os olhos pra lembrar de um tempo que nunca existiu, pra fingir que um dia foi feliz, procura em sua mente solitária palavras pra desencadear algum sentimento, palavras que possam abrir caminhos ocultos entre frestas obscuras daquele coração que há muito não vem prestando pra nada.
Um grito.
Um grito ficou preso na garganta, na mesma noite em que as lagrimas não escorreram, “tentei chorar e não consegui” ela diz, sabendo que é fantasia. Não quis chorar, só gritar, e o mesmo ficou mudo.
E se tudo fosse diferente? E se eu tivesse tentado?
As perguntas ecoam exigindo uma resposta, mas é como gritar entre os surdos.
Medo.
Medo. Medo de um final duvidoso, medo de no final não ter o que recordar, por medo, ou não, ela se prende as lembranças, faz de conta que tudo foi perfeito. Mesmo sabendo que é tudo ilusão ela segue rejeitando o futuro e idolatrando a nostalgia. E não pense em lhe oferecer carinho, promessas ou verdades, ela só aceita mentiras sinceras, isso é o bastante.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Tic-Tac

E os segundos criam vida, correm pra me maltratar, correm adiantando o tempo que já me roubou alguns anos...