sábado, 19 de julho de 2008

Diário Noturno

E quando cai a noite em um lugar qualquer, ela fecha os olhos pra lembrar de um tempo que nunca existiu, pra fingir que um dia foi feliz, procura em sua mente solitária palavras pra desencadear algum sentimento, palavras que possam abrir caminhos ocultos entre frestas obscuras daquele coração que há muito não vem prestando pra nada.
Um grito.
Um grito ficou preso na garganta, na mesma noite em que as lagrimas não escorreram, “tentei chorar e não consegui” ela diz, sabendo que é fantasia. Não quis chorar, só gritar, e o mesmo ficou mudo.
E se tudo fosse diferente? E se eu tivesse tentado?
As perguntas ecoam exigindo uma resposta, mas é como gritar entre os surdos.
Medo.
Medo. Medo de um final duvidoso, medo de no final não ter o que recordar, por medo, ou não, ela se prende as lembranças, faz de conta que tudo foi perfeito. Mesmo sabendo que é tudo ilusão ela segue rejeitando o futuro e idolatrando a nostalgia. E não pense em lhe oferecer carinho, promessas ou verdades, ela só aceita mentiras sinceras, isso é o bastante.

Nenhum comentário: