domingo, 30 de novembro de 2008

Enlouquecendo...

Hoje foi diferente, acordei com um peso gigante na dona consciência e o mais estranho é que não havia culpados. Não conseguia me lembrar o que carregava de tão pesado pra me fazer sentir assim. A verdade é que eu estava cansada demais pra carregar tal fardo, cansada demais de me sentir cansada demais, cansada de me culpar pela tal consciência que eu sempre fingi ter. Entre mil desculpas que já pedi em toda vida, acredito que se três foram sinceras já foi o bastante. Acho que nunca pedi desculpa pra tudo, e aquela onda de "sempre me desculpar" é pura invenção da minha consciência idiota.
- Não acreditem nela!
Sem radicalismo dessa vez. Podem acreditar nela às vezes, se quiserem, mas já vou adiantando que nem eu mesma acredito fielmente nessa senhorinha. Ela é safada. Sempre tenta me fazer sentir culpada, como se eu tivesse cometido os sete pecados capitais e renegado os dez mandamentos simplesmente por abrir os olhos. É incrível. E não adianta eu tentar me safar não, ela é abusada, me persegue até o inferno se for preciso, só pra dizer "Eu disse que você iria parar aqui". Atrevida!
Às vezes ela até tem razão, raramente, quase nunca. Parece que ela só some quando eu bebo, quando estou acompanhada pelos copos ela sempre arruma um jeito de dar uma escapadinha, é sempre assim. Sempre. E o pior é que ela sempre volta, volta me cobrando os detalhes da noite passada e cuspindo tudo na minha cara de uma vez só. Já pensei em passar o dia todo bebendo pra que ela não voltasse jamais, mas me tornar uma alcoólatra aos 18 anos por culpa de uma consciência pesadinha não é o que eu chamo de uma solução brilhante.
Acredito que o grande problema dela é a minha falta de atenção, porque eu sempre finjo não ligar pra nada, sempre me engano tentando enganá-la. A louca vive a apertar a mesma tecla, às vezes ela aperta tão forte que chega a machucar o coração. E eu não aceito, acho injusto, injusto demais pra uma consciência que se diz politicamente correta. Devia se meter com as próprias feridas e deixar a minha em paz. Isso seria o correto. O correto, realmente, seria me libertar desses devaneios múltiplos. Mas como ela sempre diz, é "pro meu bem", não é mesmo?
É, além de impertinente, a danada ainda é craque em dar desculpas. E sempre foi assim, sempre os mesmos jogos, as mesmas perguntas e o mesmo dedo na minha ferida.
Estou começando a achar que deve ser engraçado me ver sangrar, acho que o vermelho combina com a minha pele branca. O sofrimento deve combinar com a minha face também e talvez ela pense que na dor eu serei mais forte. Eu sou, eu acho.
Tento acreditar que meus atos são atos e só. Me convenço disso. Até a tal dona da verdade vomitar os pensamentos sórdidos e sombrios em cima de mim. Vomita sem pudor algum, joga na cara toda a fragilidade que eu guardo há tempos. Escondo há tempos.
Ela é má e grita alto até conseguir minha atenção, eu faço parte do seu jogo preferido: perguntas e respostas. Ela pergunta e eu prontamente sou obrigada a responder, mesmo sem saber o que estou fazendo, e quando chega a minha vez ela simplesmente ri, ri por ter me feito de boba novamente. Por me tomar sem precisar dar nada em troca, por mostrar que pode me controlar sempre que quiser.
- Não pode!
Venho tentando me convencer disso pra que um dia ela acredite em mim. Acredite e pare de me maltratar e fazer essas incisões rotineiras em minha alma.
Ela brinca comigo, eu sei, mas quando não há riso não há divertimento, e eu não to vendo ninguém rindo por aqui. Tenho que aprender a lidar com uma consciência oportunista e uma mente mentirosa, elas estão juntas nesse duelo de gigantes.
Minha consciência não presta. Sempre me encosta na parede e faz vir à tona todos os quase acertos do passado. Quase acerto porque eu errei querendo acertar, ou ela acha que as pessoas erram propositalmente? Ela não entende as pessoas.
E eu estou cansada, cansada e gripada, cansada e triste e fadigada por saber que amanhã será mais um dia daqueles. Mais um dia pesado, cansativo, rotineiro e frustrante.
Ela vai acordar pesada de novo, eu sei, e dessa vez vai me culpar por escrever demais.
- Desculpa!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Minha verdade

Helena tinha as mãos frias e vazias de carinho, cabelo vermelho fogo na esperança de esquentar alguma coisa por ali. Dona de olhos sinceros, grandes e pretos, cor que fazia jus a sua alma quase morta. Helena nunca amou. Minha doce e intocável Helena, pudera eu entender tal tristeza em seu olhar, quisera eu resgatar-te e guardar-te pra mim. Sonhos de uma noite de outono, nós dois sentados na varanda, revendo fotos de momentos tão nossos que nunca nos pertenceram, riamos de um jeito impróprio quase por desespero. Havia desespero ali. Havia carinho e medo também. Helena nunca amou, e eu tentei mostrar a ela todos os atalhos para o meu coração; fiz trilhas, indiquei com placas e mesmo assim ela se perdeu de mim. Gritei seu nome, fiz juras eternas na esperança de trazê-la aqui, na esperança de fazê-la minha. Ela era minha, ou foi. E eu fui egoísta ao querer esconde-la do mundo, ao imaginar que ela pudesse ser só minha e de mais ninguém. Errei. Acho que de fato nunca amei Helena. Sou Helena. Helena nunca amou.

- Faço nosso o meu segredo mais sincero

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Do amor e suas facetas

Pieguice, apelidinhos melosos, palavras bonitas e 'eu te amo' sempre despertaram meu lado humorista. Carinho em excesso também me provoca grandes risadas (tenho certeza que você está pensando "ô menininha sem sentimentos), e antes que alguém pense (haha), eu tenho sentimentos sim, também tenho um coração vermelhinho que bombeia meu querido liquido de gosto ruim, e acima de tudo, tenho uma coisa que eu, particularmente, acho indispensável: praticidade.
Acredito que a praticidade ainda vai dominar o mundo, começando por mim, é claro. Estou completamente dominada. Sou prática, por tanto facilito as coisas.
Cá entre nós, sentimentalismo em excesso é um saco. Você está lá, 'ficando' com uma pessoa e essa ao invés de te beijar começa a dizer mil frases cheia de pura paixão. Ta, frases bonitas são legais às vezes, nos meus textos por exemplo são super legais (an? haha), mas tem hora que elas são completamente dispensáveis.
Acho que por isso existe aquela expressão 'cala a boca e me beija', to começando a achar que tem muita gente que é obrigada a usá-la.
Agora o que realmente me faz rir (litros) são cartas/depoimentos/bilhetes de namorados que sempre são basicamente iguais. O que me leva a conclusão: Namorados não são criativos!
O cara passa o dia todo pensando, praticamente se matando pra rabiscar algumas palavras e no fim do dia é isso: "você é tudo pra mim” (mentira!), “Você é a melhor coisa que aconteceu na minha vida” (claro, até uma próxima coisa acontecer: D)," Sem você eu não existo “(haha, essa é mais falsa de todas).
Ah, fala sério! Se o cara passasse esse dia (perdido) ao lado daquela que diz amar tanto, seria mais sincero e bem mais real.
Palavras são só palavras e só. Você não se apaixona pelo o que a pessoa te diz e sim pelo o que ela te faz sentir. Atos. Quer provar que ama alguém? Demonstre! E de preferência de boca fechada.
Carinho. Quem não gosta?
Até eu gosto. Sinceramente, carinho demais me deixa inquieta, me incomoda (ahan, eu deixo vocês pensarem que eu sou fresca). Quem aqui já não riu de um casal de namorados se mimando na rua?
Piores são aqueles que se tratam como crianças, é "bebê" pra cá, "nenê" pra lá, um "Gugu dada" do caralho. No namoro os apelidos normalmente são toscos (falomesmo), eu rio (oceanos) quando ouço alguém dizer "Minha Pitchuca", "Vida”, "Docinho de coco". Não agüento não, choro de rir mesmo, às vezes choro de desgosto também, mas deixa pra lá.
Dos "eu te amo" da vida nem preciso comentar, né?
Eu te amo hoje em dia virou vírgula. "Oi (euteamo) como vai?"
Você foi até a padaria essa manhã, o padeiro deu aquele descontinho no seu pão de cada dia, e então? Você começa a AMAR O PADEIRO, obvio.
Eita povo desonesto. É normal distribuir "eu te amo" por aí sem pensar no peso do mesmo, nas conseqüências. Imagina quantos corações a gente teria economizado se falássemos menos?!
E é por isso e muito mais que eu me divirto horrores com isso tudo, se eu não rir eu começo a achar deprimente e cá entre nós, realmente é deprimente. (Y)
O esquema é deixarmos o "eu te amo" de lado e usarmos mais o "eu te odeio", pelo menos no ódio nos somos sinceros. (grande vantagem, não?)
"palavras são flechas envenenadas, podem ferir ou até matar"
Desculpa por soltar minhas flechinhas aqui, elas não são venenosas (eu acho), mas ainda assim são flechinhas.
A verdade é que eu acho tudo isso tosco mesmo. Prontofalei.
Minhas desculpas nem foram sinceras. Fato!
Ta aí mais uma coisa que eu não gosto: desculpa.
Depois que inventaram essa palavra todo mundo ficou sem vergonha, apronta mundos e fundos e depois pedem desculpa com a maior cara lavada.
Vou te matar e pedir desculpa depois, ok?
Hahahahaha
Parei. Acho que to sendo radical demais.
Bom, se alguém perguntar, não fui eu quem escreveu esse texto, afinal estou solteira e ainda tenho esperança de arrumar um namorado. Se aparecer alguém e este me chamar de "pitchuca”, desconsidere meus apelos e mostre imediatamente este texto a ele.
Antes só do que ao lado do Bozo né? Hahaha


Beijos, queridos.
Amo vocês. (haha)

domingo, 23 de novembro de 2008

Quando eu morrer

Quando eu morrer quero ser o centro das atenções da minha festa de despedida. Vou estar belíssima num vestidinho preto, batom vermelho nos lábios, cabelos soltos e rodeada de rosas irritando minha pele branca, dessa vez realmente branca como um cadáver.
Ao fundo a musica Love In The Afternoon do Legião Urbana, na voz da Gabi, é claro. E todos vão chorar ao ouvir "É tão estranho, os bons morrem antes, me lembro de você e de tanta gente que se foi cedo demais". Cedo demais mesmo. Cedo demais sempre. Posso ter 300 anos que sempre vou achar cedo demais pra ir embora. Eu gosto tanto disso tudo aqui.
Eu não tenho medo da morte e acredito fielmente no Cazuza que diz que "morrer não dói", mas sinto medo da minha ausência, sabe?
Não consigo imaginar como seriam as coisas por aqui se eu, de um dia para o outro, desaparecesse. Desaparecer. É simples assim. Agora você existe e daqui algumas horas você pode simplesmente sumir, pra sempre. E o pior é que você não escolhe, não escolhe e não entende.
Quando eu morrer não quero ninguém chorando. Sei que é difícil dizer adeus, e que despedidas são duras, cruéis e dolorosas. Mas e os momentos bons?
Eu não me resumo nesse dia em que vou partir pra sempre. Eu vivi. E muitos que estarão velando meu corpo foram felizes ao meu lado, pelo menos alguns instantes.
Era quase impossível não rir de todas as minhas bobeiras, palavras inventadas, gírias. Até aquele meu jeitinho meio puxado de falar provocava gargalhadas. O truque da piscada. Minha voz de gralha. Os ensaios da banda. As brincadeiras. A promessa de ser criança sempre.
Momentos inesquecíveis que ficarão mesmo com a ida do meu corpo. É só um corpo. Meu espírito ainda vai puxar muitos pés por aí (haha) e eu prometo voltar todas as noites pra ver se ta tudo bem.
A vida segue seu rumo e morrer é inevitável.
Quando eu morrer quero ver a galera enchendo a cara de vodka e se enchendo de Marlboro, assim o nosso reencontro será mais rápido. (haha²).
Consolem a Helena, diga que a mamãe a ama e que ela precisa pintar o cabelo, preto é careta demais.
Diga aos meus pais que eu agradeço por tudo e que peço perdão pelas minhas falhas como filha.
Deixe aos meus amigos os meus mais sinceros votos de felicidade, diga que a vida ao lado deles foi mágica e peça pra que não doem meu coração. Quem vai quere um coração apaixonado? Ninguém.
Quando eu morrer não quero choradeira não.
Eu não me importo que penteiem meu cabelo, nem que me encham de flores.
Mas pra que tanta lagrima?

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Fuga

Era madrugada, uma quarta-feira, outono talvez. Ela estava embaixo das cobertas, escondendo seu rosto como se ali ela deixasse de ser ela, como se por descuido a vida esquecesse aquela existência apenas por estar escondida. A cabeça latejando de tanto pensar, pensava sem querer, por impulso. Um pensamento puxava o outro e a cada segundo ela se afundava mais naquela cama solitária. A ânsia de esquecer só a fazia lembrar e por repetição ela começou a fazer o que mais fizera durante a vida: desculpar-se.
Desculpou-se por sentir, por pensar, por querer e principalmente por ser. Se ela pudesse ela não seria. Não pode, nunca pôde e se desculpou também por não poder.
O choro veio pra quebrar o silêncio do quarto vazio, as lagrimas molharam o travesseiro e ela agradeceu por estar sozinha. Pelo menos não precisaria se explicar, não agora. As mãos já lhe tapavam o rosto e ela voltou a se desculpar pelo drama.
E então Marina revolveu dormir, afinal não tinha desculpa plausível pra perder uma noite de sono.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Sobre mim:

Sempre tento colocar as coisas em seus devidos lugares. Tento escrever algo menos clichê e fútil, sempre. Tento, por vezes, botar aqui minhas palavras que de tão confusas nem parecem minhas, mas ainda assim parecem palavras. Desnecessárias. Talvez tudo seja desnecessário, banal e repulsivo quando se trata de mim. Me, mim, comigo. Queria ser menos egoísta e um dia acreditar nesse amor inacreditável que muitos pintam por aí. Ou pelo menos fingir acreditar. Eu tento, sempre tento, mas sou uma péssima atriz e ao fim do meu ato apenas levo pra casa um coração mais pesado que o meu. Mais pesado que o céu. Mais um pra coleção dessa grande cleptomaníaca de corações. Eu até penso em devolver depois, mas quando se passa do limite torna-se impossível voltar atrás.
Queria parar de brincar com vidas e também me chamar Alice pra seguir algum coelho branco por aí. Queria me assustar menos e sentir mais. Às vezes nunca sinto. Nada. Sempre e nunca. Tento ser o mais humano possível, mas a cada dia que passa me sinto controlada por essa máquina que bombeia meu sangue. Odeio gosto de sangue. É algo parecido com ferro e coração, não que eu já tenha experimentado um, claro que não, na verdade nunca tive um. Mentira. Sempre minto. Verdade. Me confundo sempre e o conforto da dúvida me deixa forte. Muito. Mais. Evito certezas e pessoas pra que elas não me evitem.
Essa é a Camila.
Essa sou eu.
E agora vocês estão livres pra se assustarem e irem embora.
É, eu sou isso mesmo. E nada de mentiras por aqui.


(não sou um ser apaixonante, eu sei)

terça-feira, 18 de novembro de 2008

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Presentes

A queridíssima Jana me presenteou com o tal de MEME (eu, como ela, não sei o que significa) que funciona assim:

1. Eu devo escrever uma lista sobre oito coisas que desejo fazer antes de passar desta para melhor.
2. Depois, preciso convidar oito blogueiros para fazer o mesmo.
3. Então, comentar no blogue de quem me ofereceu o Meme.
4. Avisar meus convidados sobre suas convocações.
5. E, por fim, mencionar as regras, coisa que estou fazendo agora.

A lista:
1- Ter uma filha pra chamar de Helena. Gosto do nome
2 - Ser uma boa Arquiteta. Arquitetura é pra mim, eu acho. Gosto disso, não sei por quê. rs
3 - Tocar BEM algum instrumento. Faço aulas de teclado, mas digamos que pra tocar BEM ainda falta um pouco.
4 - Escrever um livro. As pessoas tentam me convencer disso, e mesmo eu achando que não conseguiria no fundo eu até tenho vontade. (segredinho nosso. ;x)
5 - Sair de Santa Isabel. Não que eu não goste daqui, mas como é interior do interior do interior do interior de São Paulo (ta, eu exagerei. ahuiah), não tenho aqui as oportunidades que eu poderia ter em outra cidade maior.
6 - Morar sozinha. Não sei se conseguiria, afinal to acostumada com minha mãe, meu pai e com a pirralha da minha irmã mais velha (ahan, ela consegue ser uma pirralha mesmo sendo mais velha --'), mas eu sinto que um dia eu vou precisar crescer e honestamente na barra da saída da minha mãe isso não vai funcionar não.
7 - Ter uma tatuagem. Tatuagem com contorno vermelho vai ficar luxo na minha pele de cadáver, mas isso eu só quero mais pra frente, ainda não tenho coragem pra tal, acho que por ser definitivo me assusta. (tenho medo do definitivo, já disse isso aqui, né?)
8 - Conhecer umA pessoa. Vou conhecer e vou pelo menos dar um beijo nela. Nisso eu acredito fielmente.


A listagem dos blogueiros eu coloco no fim do post :)


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Ganhei também o selo:

Blogosfera no poder.

Do meu querido e magnífico Afobório (que escreve pra caramba)
A idéia é copiar a frase “Blogosfera no poder." e escrever sobre ela, porque enquanto você escreve o mundo responde (como diz Afobório. rs)
Eu infelizmente não consigo escrever nada no momento, as palavras estão meio bagunçadas na minha mente, mas convido a todos que por aqui passam a escrever sobre Blogosfera no poder. o/
Vamos dominar o mundo, galera.



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Quero agradecer também ao querido e incrivelmente craque em brincar com as palavras Luiz Calcagno que me presenteou com estes dois selos:


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Muito obrigada mesmo, queridos.
Três pessoas incrivelmente inteligentes, grandes escritores que tem todo meu respeito.
Listagem dos blogueiros que serve tanto para os selos como para o MEME:
Não sou emo (está escrevendo muito bem)

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

a ela, mais um

Como os sonhos as palavras também fogem de mim, acho que elas não querem mais brincar comigo, estão fartas dessa criatura louca que sempre acaba jogando-as ao léu, como folhas, e dessa vez elas se foram com o vento. Os sonhos também se foram, deles não ouço rumores há tempos e mesmo assim continuo sonhando demais. Demasia, minha vida sempre foi um exagero, em tudo, até em detalhes. Há sempre detalhes demais, não que eu seja apegada a eles, isso nunca, mas eles se apegam a mim e quando vejo estou cara a cara com o exagero novamente. Medo. Eu tenho medo de sobra, e me assusta ter medo de ter medo, me assusta mais do que pensar que nunca vou ter coragem pra te dizer certas coisas necessárias. Necessárias o bastante pra me fazer esconde-las.
Não. Eu não sou louca. É normal (até demais) se apaixonar por uma imagem e ter de ouvir a mesma musica milhares de vezes pra conseguir dormir. É normal ouvir vozes e ver o mesmo rosto em varias pessoas em todas as esquinas, ficar feliz ao ver um sorriso que nem é pra você imaginando o dia que ele será seu é normal. Eu sou normal. Espero que você acredite nisso e não fuja de mim como as palavras, eu simplesmente não suportaria ver o vento te levar antes de mim, te levar de mim. Sonho demais e isso sempre acaba comigo. Não brinco mais com as palavras, mas o destino sacana e irônico dessa vez está brincando de um jeito desleal. Amor platônico não era a melhor pedida pra essa hora, chega a ser maldade da minha mente aprontar isso comigo. Seis letras, uma canção, voz doce e sorriso bonito sempre resultaram num coração partido.
Dessa vez foi o meu.


Só eu sei o quanto precisei de coragem para postar este texto e mais outro que também foi feito para tal pessoa com seis letras no nome *

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

a ele, o ultimo

Há tempos as coisas não saem dos eixos, há tempos eu quero me perder e há tempos escrevo pra tirar de mim toda essa droga de sentimentalismo barato. Há tempos me divirto as minhas custas, imaginando o dia em que toda essa minha solidão deixará de ter graça, há tempos ela vem sem graça. Desgraça há tempos. Eu insisto, eu persisto e me recuso a mudar de erro, erro a dose no amor faz tempo e acho que me acostumei com o excesso que me nego a mudar a direção. Há tempos minhas palavras são tristes e meus sentimentos exóticos, há tempos sou acompanhada por essa loucura solitária, há tempos corro de encontro a mim. Te encontro em outras bocas, te sinto em outros perfumes, frascos bonitos, lírios que eu nunca olhei. Te vejo correr por entre corpos, te vejo passar de boca em boca, lixo em lixo, apenas o corpo, a carne, nada além de uma dose a mais. E eu sempre erro na dose. Há tempos. Há tempos procuro o equilíbrio e eu nunca o encontrei. Deve estar perdido por aí, junto com aquele sorriso o qual eu sempre menciono. O sorriso mais bonito sabe? Então, o perdi ontem, no susto, como um tiro no meio da noite. Apenas se foi, pra sempre, voltou ao seu lugar de origem. E por mim tudo bem, afinal ele nunca me pertenceu mesmo.
O dono? Ah,


(sabia que um dia iria me cansar.o dia chegou.)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Lorena

Garotas. Uma delas chamou minha atenção, com aqueles olhos seguros, remoendo incertezas, apenas mais uma na multidão e a única pra mim. Coração de menina, pura o suficiente pra me colocar no lugar, linda o bastante pra não me deixar esquecer e doce até demais. Tem sido a dona dos meus mais nobres pensamentos e também a ladra de algumas noites de sono. A voz mais bonita que já ouvi, em notas e tons que me fizeram subverter uma emoção fazendo dela a razão pra me perder na linha tênue entre pensar e sentir. Uma garota, apenas mais uma na multidão e a única pra mim. O sorriso ilumina meu dia e faz com que esse reles humano que vos fala se perca em seu próprio ser. É desigual, desleal e quase imaturo, eu sei claro que eu sei, mas ela não sabe. Não sabe meu nome, minha idade, minhas manias, meus sonhos. E eu não me importo em não saber nada além de seu nome. Não me importo porque temos muito tempo pela frente e se você se destacou entre tantas não pode e nem vai ser em vão. Não me importo porque detalhes não me interessam e tudo tem de ser simples, simplesmente Lorena.

Obs: Quisera eu ser apenas uma fã. Ela me inspira de um jeito desigual.

Ao som de Rita Lee - Mania de você

sábado, 8 de novembro de 2008

Décimo andar

Com flores numa mão e o coração na outra eu me prontifiquei a dizer aquelas palavras repetidas uma vez mais. A tolice sempre me acompanha e ao fim de tudo penso que te amar é quase desleal, é desleal, e machuca. Machuca mas não dói tanto, tenho minha cápsula protetora, meu casco, me protejo o quanto posso e garanto que já doeu bem mais. Hoje resolvi te procurar e dizer tudo o que você já sabe, resolvi te olhar nos olhos pela última vez antes de virar as costas e sair da sua vida, antes de dar um fim àquilo que nem começou: Nós. Por vezes eu senti vontade desse ‘nós’ e como uma criança esperançosa juntei nossos nomes por vezes, e ao fim do dia quando encostava a cabeça no travesseiro me dava conta de que só ilusão não bastava, queria presença. Sua presença. O que nunca tive e talvez nunca tenha. Depende de hoje. Amanhã pode ser tarde demais, por isso e pelo amor que está comigo e é seu, estou aqui. Completamente desarmada, sem rancor, ironia ou truques, completamente clara e explicita o bastante para não haver duvidas nem erros dessa vez. Eu te amo. Não posso fazer nada além de te amar. Não posso lutar contra isso e nem fingir que não sinto nada, não mais. Não podemos fazer nada para impedir que isso cresça, não podemos e eu não quero. E você? Estou aqui, com flores numa mão e o coração na outra, esperando um sim ou um nunca mais, para poder te beijar ou então bater palmas ao fim de seu discurso mediano. Bater palmas com as flores e com meu coração, dando de vez um fim a isso tudo.

- Sinto muito pelas flores.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Sinceridade Desarmada

Como eu já disse algumas vezes, crescer estragou minha saúde e de uns tempos pra ca – ou algumas horas, não sei – venho percebendo que também está acabando com o meu coração. Na verdade eu já não o sinto por completo, sei que em alguma parte em mim ele se esconde, mas ta difícil achar o lugar. Cresci, infelizmente, e aquela garotinha de cinco anos que fazia birra quando não tinha o que queria, hoje – só hoje – com dezoito anos, descobriu que fazer birra não resolve nada quando o jogo é entre você e o mundo. Tarde demais? Dezoito anos perdidos? Talvez...
Eu realmente só queria querer, só querer, e eu não quero. Tenho meus sonhos, meus planos, mas não quero de verdade, sabe? É confuso demais pra mim.
Já tive vontade de sair por ai cantando, de pintar meu cabelo de cores inusitadas, de beijar todo mundo, de acabar com um coração, de gritar, e fiz tudo. Isso me encorajou por um tempo, me encorajou até hoje. Hoje. Um dia no qual mudou muita coisa. Parei pra pensar em tudo que tive vontade e não fiz, não por mim, mas pelos outros. E caí na real, nem tudo depende de mim e isso me assusta me assusta de um jeito desigual, de um jeito novo. Assusta-me pensar que eu não posso pegar o telefone e te ligar agora, pensar que eu não posso segurar sua mão e sair por aí feliz somente porque eu quero. Assusta-me saber que vou sempre beijar mil bocas pensando em você.
Tenho medo. Porque há dezoito anos venho tentando me convencer de que eu não preciso disso, venho tentando acreditar que a minha liberdade é primordial, tentando acreditar que eu não quero. E eu quero só que tenho medo. É complicado me pegar imaginando o que poderia acontecer me pegar pensando em nós, sou complicado demais, eu não me dou espaço, não me deixo sentir. Prefiro manter as aparências e esquecer que um dia isso pode dar certo. Acho que preciso esquecer essa conversa de que serei somente eu e Deus até o final. Acho que preciso esquecer. Esquecimento é essa a palavra certa agora. Ou seria covardia?
Só sei que as coisas mudaram por aqui, hoje sinto necessidade de algo a mais, mesmo não me permitindo eu preciso de você.
Façam suas apostas, vamos ver quem ganha a grande batalha. Meu ego ou esse coração idiota que nem bate só apanha (piadinha escrota, ok? Rs)
Cansei de trégua, agora a batalha vai até o fim. E eu ficaria feliz se ao final disso tudo eu olhasse pro lado e encontrasse você.


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Selo

Fui presenteada pela querida Julianna do blog Julie.in.wonderland, que é lindo por sinal. Thanks, Gatz, bom saber que alguém curte o blog dessa Arlequim - ou Alecrim - aqui. rs
Repassando para:
Julie.in.wonderland[não sei se pode, mas eu quero!]

sábado, 1 de novembro de 2008

Solilóquio da caladinha

Talvez eu sempre vá me lembrar dela como a garotinha do cubículo solitário,das noites de sábado.Aparentemente tinha boas amizades,inclusive uma melhor-amiga-irmã,bons programas dominicais e passeios vespertinos.Mas nas noites de sábado, aquelas em os embalos estão mais para embaços,quando a cidadezinha,daquelas com coreto na pracinha,nada havia para lhes oferecer, se reuniam ali,naquele espacinho que lhes era especial.Jogavam vídeo-game,assistiam FRIENDS,tocavam violão e cantavam alto,cantavam a vida que lhes era soprada serena e divertida.Acima de tudo,conversavam e riam (um ria mais que o habitual,o que gerava mais risos,que por sua vez,gerava mais e mais risos).Sabiam que aquele cheiro de amizade era mais forte do que muitos pintados por aí.Ela até participava um pouco da comemoração,que nada comemorava,mas tais momentos se faziam breves e tímidos.Tinha um quartinho minúsculo,com suas coisinhas e uma TV,a única companhia daquele deserto retiro.Fico imaginando o que imaginava a garotinha em seu mundinho de concreto,luzes e sons metálicos.Ali estava em casa,literalmente,os amigos do irmão eram também os seus,alguns desde a idade em que ficavam com o controle remoto na mão vendo Cine Band Privê.Acho que ela até tinha vontade de voltar a ser criança,junto daqueles barbados cantando o tema do Pokémon,cantar alguma canção do Nando Reis tocada no violão ou simplesmente rir do riso ambiente,mas,não sei se por timidez,medo,vergonha ou sabe-se lá qual outro motivo jovem-inibidor,resignava-se às suas velhas roupinhas,sobre sua cama,naquele solilóquio calado.Hoje ela veio à minha casa,no carro da sua nova-velha companhia,sentada à frente.Atrás as companhias de sempre,das memoráveis noites de sábado. Uma pontinha do laço encontrou a outra e tudo se amarrou (como num bom roteiro).A amizade ali ganhava um quê de família,e me senti feliz e tranqüilo em meio aos novos amigos-primos-irmãos,conhecidos desde sempre.Até a cidade parecia mais bonita agora,a felicidade em ver felicidade.A garotinha agora não mais via o mundo através do vidro,via o mundo naqueles olhos.Quero viver meu presente e lembrar tudo depois.Não sei como será o futuro a partir de agora,só quero que o laço aumente. E que vocês sejam mais felizes que um hippie.

Mais um texto escrito por Gabriel Groscke, ele escreve bem né, galera?
Eu falo pra ele atualizar o blog dele, mas ele não me ouve --'

Ps: Thaynah, obrigada pelo selo, fiquei imensamente feliz. :D