segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Kurt Cobain


A primeira vez que ele viu o céu foi exatamente às seis horas e cinquenta e sete minutos depois do momento mesmo em que uma geração inteira se apaixonou por ele.
Foi, sem duvida alguma, sua primeira morte, e apenas a primeira de muitas pequenas mortes que se seguiriam. Para a geração enamorada por ele, era uma devoção apaixonada, poderosa e obrigatória - o tipo de amor que logo de inicio você sabe que está predestinado a partir seu coração e terminar como uma tragédia grega.






Mais Pesado Que O Céu - Uma Biografria de Kurt Cobain

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

reticências

Só você não vê
que eu jogo contra mim
a seu favor.

Só você não vê
que mais uma vez abdico
de mim.
E é só você.
Só você.

Isso tudo só tem verdade
se tiver você aqui,
e carrego seu coração comigo.
Carrego seu coração
no meu coração.

Quantas toneladas de sinceridade eu despejava em seus sonhos.
Você nunca soube o que eu dizia enquanto dormia
e você a me cobrar mentiras e frases feitas.

Trago em mim a ânsia e a vontade
de esquecer aquilo que se tornou inesquecível,
inesquecível e triste.
Trago em mim o gosto amargo do seu corpo,
o mesmo que um dia foi mais meu do que seu.

É incrível como você fez minha cabeça
e despedaçou meu coração, é incrível.
Incrível e tão cruel.

Só você não vê
que mais uma vez abdico de mim.
E é só você.
Só você.

Mais uma vez jogo contra mim
a seu favor.
Sempre.
Sempre assim.
Sempre nos destruímos.

Dessa vez eu via claramente,
havia algo gravemente quebrado.

Era eu.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Fato!

Vamos à verdade:

Tudo é mentira!
Tudo.
Tudo mesmo.
Tudinho.
Juro!



Mentira!

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Cores.

Dois olhos verdes preocupantes e indecisos vêm tirando meu sono há semanas, “Dois olhos verdes da cor da fumaça”, Cazuza me entenderia.
É, também mereço ganhar pra ser carente profissional.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Um sábio que nada sabe

Com você o pensamento vai, com aqueles olhos de vidro que me tiram o sono, olhos tão seguros e ao mesmo tempo tão aflitos, olhos que me mostram toda segurança e insegurança do mundo.
São seus olhos que controlam cada movimento meu, que controlam – sem saber – uma vida.
Dois olhos da cor da tempestade que trago comigo, olhos, apenas olhos que podem e tentam me mostrar um novo caminho. Os olhos são verdes, mas os vejo no tom que melhor me cabe, a cor não diz nada, mas eu sei, é algo entre o inferno e o céu.

sábado, 2 de agosto de 2008

La Nuova Gioventú

(Renato Russo)

Tudo que sei
É que você quis partir
Eu quis partir você
Tirar você de mim

Demorei para esquecer
Demorei para encontrar
Um lugar onde você não me machucasse mais
E guardei um pouco
Porque o tempo é mercúrio-cromo
E tempo é tudo que somos

Talvez tivéssemos, teríamos tido, tivéramos filhos
Estava lhe ensinando a ler
On the Road
E coisas desiguais
Com você por perto
Eu gostava mais de mim.

Veja bem, eu já não sei se estou bem só por dizer
Só por dizer é que finjo que sei
Não me olhe assim
Eu sou parte de você
Você não é parte de mim.

Do meu passado você faz pouco caso
Mas, só para você saber,
Me diverti um bocado

E com você por perto
Eu gostava mais de mim

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Clarice

A felicidade da menina foi-se embora junto com seu cabelo, com o suposto namorado e com o que ela achava ter de mais importante na vida.
Foi, assim, do nada, apenas saiu pela mesma porta que entrou, se é que a felicidade entra pela porta, né? Uma vez me disseram que ela entra pela janela, sei lá, mas isso não vem ao caso, não agora.
Aqui o que nos interessa é a garota de olhar distante, procurando alguma coisa que nem ela sabe que perdeu; passos largos, pele branca, óculos escuros e cabelo curto, tão curto quanto a esperança que traz consigo.
Menina dos olhos de vidro, boneca talvez, mas os olhos de vidro são indispensáveis.
É difícil descrever alguma coisa que cativa, eu não sei, mas acho que aquela tristeza de algum modo – do seu – era bonita.
E é estranho como parecia minha aquela solidão.