segunda-feira, 21 de julho de 2008

Colombina.

A chuva não para lá fora e eu a sinto gota a gota, como se fossem gotas de sangue caindo de uma ferida semi aberta. Trago na boca o gosto do café, forte e amargo como uma tentativa frustrada de amor. No peito um coração despedaçado. Mente perdida entre cenas paralelas de um cotidiano quase morto, rabisco alguma coisa que não consigo entender e percebo que a caneta não atende os meus comandos, escrevo apenas, nada além.
Encontro-me em olhos tempestuosos, mãos tremulas e pele branca – como um cadáver – que me faz lembrar uma cor entre o céu e a cereja e de fabulas feitas de realidade nua.
E uma voz surge, pra me lembrar que o pra sempre, sempre acaba.
Sinto-me perdida uma vez mais, como sempre, como nunca, como deveria ser.

Um comentário:

moriarty disse...

Nesse palco que é o mundo, a gente tem que teatrar a vida pra parecer menos pesado e mais de mentira.
Ame.