quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Ensaio

São 5 da manhã, e eu apenas acordei pra me lembrar do seu rosto, recolher o meu e apagar as evidências. Foi estranho. Estranho demais pra uma noite de segunda-feira, estranho me encontrar naqueles olhos e me perder ao som de sua música. Estranho ver como tudo realmente mudou. Eu não queria, mas a sensação ao te ver já não é mais a mesma e eu não estou me referindo ao novo corte de cabelo ou então a roupa que você usava. Você ainda é o mesmo, eu sei, mas acho que eu não. Ausência. Penso que me acostumei com a sua, penso que aquela necessidade de te ver se foi, e eu que achei que ia ser pra sempre. Não foi. Se foi. Pra sempre realmente é muito tempo e eu sempre exagero ao encaixá-la nas frases mais tolas, tornando-as ainda mais clichês. Banalidade nostálgica com um toque de sinceridade excessiva. Estranho. Ainda sinto aquele medo de antes, e por mais que tudo esteja diferente eu ainda quero. Quero, e isso é tão tosco que chega a me assustar. Quanta tolice numa garota só é tanta pieguice que me envergonha. É. O cabelo se foi, mas que culpa tenho eu se você continua sendo o dono do sorriso mais lindo do mundo?


Qualquer semelhança é mera coincidência ;)

domingo, 26 de outubro de 2008

E essa sensação que não passa.
Eu tenho certeza que eu já vi esse seu sorriso em algum lugar.
Aonde eu não sei, pode ter sido num sonho, num amigo, ou numa cor.
Vermelho.
Pode ter sido sim.
Ou então na última boca que eu beijei, talvez no olhar do último caso que tive.
Não sei realmente eu não sei.
Por vezes penso que pode ser coisa de outras vidas, vidas passadas e tudo isso que todo mundo diz;
Mas por muitas penso que é coisa da minha cabeça e nisso é mais fácil de acreditar.
O jeito, os dentes, as covinhas, tudo, um sorriso que é minha passagem pra saudade de algo que eu desconheço.
E ao ver aquele sorriso se alargando ao me ver dobrar a esquina penso que sou uma mulher de sorte, é pra mim o sorriso que me traz tal sensação.
E essa sensação que não passa.
Eu tenho certeza.
Já vi esse sorriso em algum lugar

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Quebra-cabeça

Juntei meu rosto. Tentei montar um quebra-cabeça de mim mesma, tentei colocar as peças nos devidos lugares, um trabalho aparentemente fácil. É fácil. Realmente é muito fácil quando nada está em falta, quando temos todas as peças necessárias. Eu não tinha. Eu não tenho. A mim falta a peça principal, a do meio. E por mais que eu procure em todos os lugares eu não a encontro, às vezes penso que ela foge ou então que ela nunca existiu. Há tempos não me sinto inteira, há tempos não moro dentro de mim e há tempos não vejo você. Não me vejo em você há tempos. Por me perder eu te perdi e isso me custou uma peça, a principal, a do meio. Peça que mudaria tudo, que acabaria de vez com nossas reticências nos deixando apenas um ponto, o final. Sem escolhas, sem erros ou promessas, apenas nossa única saída. O fim. Ou então o começo. Honestamente eu não gosto de começos, tudo sempre começa bem, sempre com uma aparente felicidade e quando você se da conta está recolhendo seus cacos, no chão, tentando montar um quebra-cabeça que sempre estará incompleto. Você levou minha peça principal, justamente a do meio, aquela que daria sentido a tudo, ainda mais agora que as coisas não fazem sentido algum. Não pra mim. Não sem você. Uma peça, apenas um pedacinho de um quebra-cabeça humano, apenas um pedacinho de mim, uma parte minha que você levou. A peça é minha, e eu decido as coisas por aqui. A partir de agora quem escreve essa história sou eu, apenas eu e mais ninguém.
Juntei meu rosto, junto com as migalhas de esperança quase morta. Completa. Eu estou completa. E já é possível te ter entre meus dedos, te arrancar de minha vida, assim, com um sopro.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Engano

Sabe aqueles dias em que você acorda com a sinceridade te socando a cara, gritando seu nome? Sabe?
Aqueles dias em que você acorda meio Hitler, apontando o dedo na cara de todo mundo, julgando todos, não somente os judeus como o nosso ‘amigo de bigode’ citado acima ?
Aqueles dias em que você pensa que a verdade esta do seu lado, mesmo sabendo que a verdade não tem lado algum, e se tivesse seria bipolar?
Aqueles dias sabe?
Aqueles. Tipo hoje.
Acordei assim e já vou adiantando minhas desculpas para o caso de algum mal entendido. Acordei e fui direito pro espelho, dei de cara com a minha primeira (e única) vitima. Falei tudo o que queria e também o que não queria. Falei. Vomitei todas aquelas palavras e meias palavras e palavras inteiras em cima dela sem pudor algum. Gritei verdades que ela já sabia, verdades que ela não sabia e milhares de vezes aquelas que ela não queria saber. Gritei mesmo. Sabe como é, né? Às vezes gritar ajuda no entendimento, ainda mais no dela que parece que só funciona na raiva.
Fiz papel de louca e ela só me olhava com aqueles olhos estáticos, acredita?
Eu gritei, eu briguei, fiz de tudo um carnaval, e aquela menina dos olhos grandes não parava de me olhar, me olhava sem dizer nada. Também, com aquele olhar pra que palavras?
Ela gritava por aqueles olhos “eu sou você, eu sou você” e eu ria, ria como louca.
Eu sou você? Até parece...

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Menino do mundo

Eu o tive, por horas, minutos vastos e intensos, na verdade foi uma noite, mas o tive. Foi meu. Nos encontramos entre beijos e caricias, sem palavras. Palavras parecem promessas e promessas nunca são cumpridas, não sempre, não pra mim. Eram como imã nossos corpos grudados, nossas bocas e em nossos ouvidos aquele bom e velho rock'n'rol. No ritmo da música chegávamos a ficar tontos e até agora não sei se era o som ou o excesso de bebida que nos deixava assim, acho que o certo é dizer que um completava o outro. E acabou. Acabou como tudo acaba. As luzes se acenderam, os músicos se foram levando nossa trilha sonora e o sol resolveu aparecer – meio tímido –levando nossa noite. Hoje a noite é só minha e ele já não é mais meu. Mas foi. Eu o tive naqueles minutos intensos e vastos. O soltei. Afinal que graça tem prender um menino do mundo?!

Ps: Tentando matar a raiva que está me matando !

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Selo



Ganhei este selo da Danielle do blog Incontáveis Significados. :D
(todo mundo contente junto comigo, vai.\o/)
Brigadão mesmo, querida, é bom saber que as minhas 'asneiras' agradam tanto assim. Fico muito feliz e imensamente grata :)

Como tudo tem regrinhas, o selo também tem.
1º Expor o selo no blog
2º Colocar o link dos indicados
3º Presentear 10 blogs


E aí vai a listagem dos blogs:
http://transtornobipolarr.blogspot.com/
http://tiomah.blogspot.com/
http://palavraspraninguem.blogspot.com/ http://geofrontmarcio.blogspot.com/
http://devaneioslinos.blogspot.com/
http://caosdeinverno.blogspot.com
http://janalauxen.blogspot.com/
http://facquodvis.blogspot.com/
http://casadasmentiras.blogspot.com/
http://tudoalheio.blogspot.com/

Amanhã volto com as minhas asneiras. (Y)

terça-feira, 14 de outubro de 2008

de Ana, o amor.

Com olhar perdido ele vaga pelas ruas dessa cidade vazia. Sozinho. Ele tem amigos de sobra, tem histórias de sobra e lembranças pra um dia esquecer. Ele tem pessoas, já teve amores, mas Ela ele não tem. Ele segue no ritmo descompassado das músicas do Skank e das batidas de seu coração, uma mescla de esperança e saudade de algo que nunca aconteceu. Tem o dom de congelar momentos e o faz com grande destreza, mas só de olhar praquele rosto cinza percebemos que ele trocaria qualquer dom pelo esquecimento, assim, no susto, sem pestanejar. E nas noites de tempestade, deitado em sua cama, ele, que não acredita em Deus tenta uma oração pedindo pra esse amor vingar. Ele pede. Ele tenta. E na loucura começa a chamar por Ana.
Ana. A menina de seus sonhos, seu amor, talvez o único em toda sua vida. Ele corre contra o tempo, luta contra si mesmo e se pudesse arrancaria tudo de seu coração. Não. Ele não pode. É claro que não pode.
Ana realmente não é dele, e talvez nunca seja, mas ele conhece seu destino, sabe o que o espera e receio que até goste de seu fim.
E Ana?
Ah, ela apenas ri.

É, ri ao dizer a todos: Estou nele, mas ele não está em mim.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Quando a morte conta uma história, você deve parar para ler.

Certamente houve muitas rondas a fazer naquele ano, da Polônia à Rússia à África, ida e volta. Talvez você argumente que eu faço a ronda em qualquer ano, mas às vezes a raça humana gosta de acelerar as coisas. Aumenta a produção de corpos e das almas que escapam. Umas tantas bombas costumam resolver a questão. Ou umas câmaras de gás, ou a conversinha de canhões distantes. Quando nada disso conclui os procedimentos, pelo menos despoja as pessoas de seus meios de subsistência, e posso ver gente sem teto por toda parte. É comum eles virem atrás de mim quando vago pelas ruas das cidades violentadas. Imploram que eu os leve, sem perceber que já estou atarefada demais. "A sua hora chegará", eu os convenço, e procuro não olhar pra trás. Vez por outra, gostaria de dizer algo como "Não vê que já estou com as mãos cheias?", mas nunca o faço. Reclamo internamente enquanto vou fazendo meu trabalho, e há anos em que as almas e os corpos não se somam, multiplicam-se.


(A menina que roubava livros, de Maskus Zusak)
Meu cabelo → Roxo/Azul

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Assim seja

E no ápice do desespero saiu gritando seu nome por todas as ruas. Falou o que queria e o que não devia, falou o que estava travado em sua garganta há tempos, desde aquele dia, maldito dia em que eles deixaram de ser um casal. Tropeçava nas próprias palavras e às vezes até tentava voltar atrás, mas não, ela sabia que já havia ultrapassado seu limite e que voltar não era a solução. Não mais. Não agora.
Os pensamentos brigavam em sua mente e ela já não sabia o que estava fazendo. Porque foi beber tanto? Ela se perguntava mesmo sabendo que a bebida não era desculpa. Nada era desculpa. Nada. E foi ao nada que ela voltou. Depois de gritar aos sete ventos que aquele amor não prestava que ele nunca existiu e que sentimento maior é o ódio que ela trás consigo.
Gritou. Gritou até perder a voz por completo, e ao amanhecer ela voltou praquele mesmo apartamento barato, cheirando uma mistura de naftalina e ausência. Deitou em sua cama e sonhou com o dia mais feliz de sua vida, o dia em que Pedro entraria por aquela porta.

Obs: Pintei meu cabelo de roxo. (só pra constar.. rs)

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Topa?

Eu não vou te amar sempre. Não vou te fazer sorrir todos os dias, nem te ligar toda hora, e também posso esquecer as datas importantes. Não vou fazer promessas e nem dizer mentiras só pra te agradar. Não vou fantasiar que você será meu único grande amor, afinal já tive outros e você sabe disso. Não quero que prove seu sentimento me dando um anel e nem que diga aquele tal de pra sempre. O pra sempre não existe, e da minha boca isso não sairá. Não vou pedir o que você não pode me dar e nem vou dar nada além do que posso. Não vou te encher de juras e nem prometo trazer flores.
E aí, quer ser meu garoto?
Não, não vai ser eterno, mas vai ser real.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Miojo com paçoca

Quase desmaiando de sono,mas ver sua foto me fez escrever. Não sei se você merece um texto...acho que não,saudade nem é a palavra certa. Só quero que saiba que isso não é uma carta de amor,muito menos de rancor.
(Pausa para ir ao banheiro...)
Quase vi em você uma amizade,um refúgio. No meio de tudo você,me salva da selva. Bem,na verdade ainda deve ser minha amiga,nunca te quis longe,mas agora tanto faz. Tudo já se foi,amizade, carinho e amor.Não há mais por que lutar,minhas mãos estão cansadas. Não escreverei aqui um manifesto emo,cheio de mágoas imbecis,tá tudo certo,tudo tranqüilo.
Quem chama ao telefone?Por que não bate na porta?Que chama arde teu nome?Será que alguém se importa? Não,não importa mais. Saibam vocês,queridos leitores,que,ou muito me engano,ou esse sono maldito me fez copiar alguns versos que perfeitamente se encaixam em minha vida.Mas tudo bem... Sei que às vezes uso palavras repetidas,mas quais são as palavras que nunca são ditas?
Quem aí gosta de miojo com paçoca?


Escrito por Gabriel Groscke

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Gabriel

Não precisa chorar não, ela nunca foi sua. Eu sei, você sabe. Ela nunca te pertenceu, só você acreditou nesse conto de fadas, só você se doou, se entregou. Só você. Não, não precisar chorar, lagrimas não mudam nada, não curam nada, não vão trazer ela de volta. Não. Não grita. Ficar sem voz não vai calar seus pensamentos que ecoam pela casa vazia procurando uma resposta. Não se desespere. Nada fere tanto e distorcer as coisas não vai amenizar a dor.
É, bem vindo à vida, meu bem. Bem vindo a esses caminhos de idas e voltas, de idas sem voltas e de partidas constantes. Inconstante. É tudo inconstante. Relativo. Eu, você e todos esses encontros casuais, até esse tal de pra sempre. Tudo passa.

domingo, 5 de outubro de 2008

Insônia

Já está quase amanhecendo e aqui estou eu tentando apagar as lembranças.
Ontem. Ontem eu quase me esqueci de tudo, quase te tirei de mim. Quase, é sempre quase. Eu preciso de mais alguns minutos, apenas alguns, pra tirar da cabeça o que não sai do coração.

A mente. A mente mente, a vida mente, sempre me enganam e eu quase morro nessa linha tênue que separa o pra sempre do nunca mais.
Quase cinco da manhã, eu ainda sinto esse quase amor. Luto contra meus olhos que se fecham sem o meu comando. Alguns minutos, apenas minutos, é tudo o que eu quero. Tudo o que preciso pra transformar em certeza esse talvez. Não consigo.
A noite quer me roubar o dia, a escuridão da madrugada já inundou meu quanto e nos ensinaram a dormir quando escurece.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

- Tchau!

É estranho como sempre te encontro em outros olhares, outros corpos, outros sabores. É estranho esse encontro e ainda mais estranho quando este não há. Sempre te vejo em outras pessoas. Sempre. E sempre essa imagem me rouba a vida, me rouba aos poucos, e ao fim do dia penso que se não fosse você teria sobrado muito mais de mim. Fugir? Eu já tentei, mas os caminhos sempre têm o mesmo destino e por mais que eu me recuse sempre chego até você. Não! Eu aprendi a dizer não. Mas quem vai dizer tchau?

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Liberdade

Lavo minhas mãos, lavo meu corpo, tentando me desfazer destes vínculos, destes indícios que me incriminam até a alma. Olho-me no espelho com orgulho, sinto a satisfação pulsar em mim. Eu o matei. Deixo aqui a prova escrita de que eu, hoje, cometi um crime, o primeiro dentre muitos que ainda virão. A principio me deu náuseas, me feriu e senti uma dor parecida ou igual a de minha vitima. Um momento depois as mesmas náuseas deram espaço ao prazer e pude ver de relance um sorriso surgindo em meus lábios. Eu realmente o matei. E não pude conter a alegria de vê-lo morto. Gargalhei. Ri como nunca, um riso de desespero, de alguém que não sabia o que tinha acabado de fazer. Mas eu sabia. Fui pratica. Tive que matar e matei. Lavei minhas mãos tirando aos poucos os vestígios daquilo que acabara de matar, me desfiz das lembranças e de um passado que nem era meu. É, eu o matei. Ainda não sei ao certo se foi homicídio ou suicídio, mas matei assim mesmo, sem certezas, promessas ou crença. Apenas fiz o meu trabalho, dei fim àquilo que queria o meu fim, me defendi da maneira que encontrei pra me defender. E é bom saber que aquilo que outrora era meu hoje já não faz moradia em mim. Estou livre.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Anotação²:

Ontem encontrei com a solidão, num desses bares da vida, conversamos e ela me contou sobre suas idas e vindas dentro de mim. Bobinha. Até parece que eu não sentia sua presença, sei lá, a sensação era única, só a solidão solitária como ela só pra entender. Depois de algumas doses ela me contou suas lamurias e disse que em breve voltará pra me fazer companhia.
E não é que ela veio mesmo?! Pois é, veio, e
dessa vez acho que veio pra ficar.