terça-feira, 2 de junho de 2009

P.

Os beijos que eu não pude dar fazem festa na memória; gritam, brincam, ao lado das palavras que ficaram por dizer. O coração, sufocado pela poeira desse passado que ainda não foi embora, se perde entre o que era meu e o q nunca foi; se espreme tentando achar verdade por trás dessa mascara que me deixa imune a tudo. Quase tudo. Você me venceu.
A procura por seus passos é inquietante.
Me imagino gritando o mesmo nome sem parar por ruas vazias e solitárias, imagino e me deparo com o silencio do quarto vazio; da alma vazia.
Os sentimentos ecoam aqui dentro deixando o drama ainda maior, transformando a agonia em dor.
Eu tento entender e esquecer ou, sei lá, deixar para depois, mas a única maneira que me parece correta é correr até sua casa e gritar que eu te amo até você entender.
Até minha voz sumir.
Eu sumir.
O amor sumir.
Gritar e acordar os vizinhos, acordar a minha alma que prefere brigar com a sua ao invés de viver nessa quietude enlouquecedora, acordar aquela saudade que dormia entre nós dois.
A necessidade de te ter me sufoca e me rouba noites inteiras – perdi dias, meses, anos. Me pega pela mão e me obriga a encarar esse pedaço de coração que ainda bate aqui dentro.
E agora eu estou aqui, cortada ao meio, dilacerada por esse amor que não quer ir embora. Eu imploro por sua ausência, peço que ele pegue as malas e suma me deixando livre de qualquer resquício de um abril que já se foi.
Ele não vai.
Está grudado aqui dentro, rindo, dizendo que se ele for eu tenho que ir junto.
É irreversível, não há solução, não há cura.
Só loucura.
Porque o irremediável me parece tão encantador?
Não entendo, mas, por falta de opção, acredito que seremos felizes por não haver saída.
Talvez.

"Se chove lá fora queima aqui dentro de vontade de te abraçar, amor, quando chove fica mais triste esperar por alguém que não vai chegar[...] mas agora já é hora dessa chuva ir embora"

10 comentários:

Aline A. disse...

Arlequim, pravcsabequem!!!

A-d-o-r-e-i!

Luiz Calcagno disse...

Enxerto! Enfie a mão no torax e arranque esse miserável que bate fora. Esvazie o peito. Ao menos por hora... Isso que eu chamo de afogar. Oi! Estou por aí. Estava de saco cheio do Casa então resolvi dar uma sumida. See Ya!

Hospício Temporário disse...

Minha completa identificação por tudo isso!!!

Unknown disse...

Expulsa ele!
:S
er não dá eu sei.
Não sei se oque você escreve é realmente oque você esta 'vivendo', se não for, parabens pois você escreve de um jeito que toca no fundo, é tudo tão verdadeiro o.o

:]

Beijos :*

kyka disse...

ownnnn....
.-.
demoorou pra mim enteder td isso..
gostei do texto cmo sempre \o

Eu, Thiago Assis disse...

Que leveza! Que força! Que bela escolha de palavras e de sensações!
(tá, pareci um jurado do American Idol agora, mas seu texto mereceu isso^^)

O trecho entre aspas no final me lembrou a musica "Me chama", do Lobão, da qual sou fã *.*


www.thiagogaru.blogspot.com

Aninha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ricardo Esteves disse...

"Eu tento entender e esquecer ou, sei lá, deixar para depois, mas a única maneira que me parece correta é correr até sua casa e gritar que eu te amo até você entender.
Até minha voz sumir.
Eu sumir.
O amor sumir."
Vc me arrepia a alma o.0
muito bom = )
vc falou muito em necessidade
lembrou o blog de uma das editoras do subestação,
http://anecessidade.blogspot.com/
muito legal mesmo, pena que não tenho tempo de vir aqui sempre =z
voi indicar seu blog pra ela
bjoo

Anônimo disse...

O Ricardo Esteves(ai de cima) me falou sobre seu blog.
Que delicia de texto...Adorei bastante.
Como os sentimentos são universais, incrivel!

Daniela Mariana disse...

O amor d anos...q não foi,e q concerteza não vai tão cedo!
Ao menos se vc quiser..ai ele pode até pensar em sair dai d dentro!


Mas tah dificil em ! haha

Lindo Lindo Lindoo MiH!( o texto ..haha)
Te AMo♥