sexta-feira, 28 de junho de 2013

(...)

Ela sente saudade, todas as noites. E até morre um pouco tentando esquecer o que nunca foi seu de fato. Ela briga, ela grita, ela faz de tudo pra se manter sã. Ela se esconde, escapa, corre pro lado oposto. Ela perde o jeito, desconhece o gosto.
Ela não sabe amar.

Ele a provoca, todas as noites. Não quer cuidado, não quer cautela. Ele quer agora, pra ontem. Já esperou tempo demais. Ele quer sorrisos e bocas e beijos. Ele quer o ato, sem delongas, sem demora.
Ele só sabe amar.

E todas as noites ela sente saudades do que nunca teve e morre um pouco tentando esquecer.
Ele cheira à saudade.
Ela sabe, ele sabe.
Mas ninguém conta pra ninguém.
Há um jogo estranho entre eles.
Ninguém ganha, ninguém perde.
Ninguém vive nada ali.
Mas eles cheiram a amor.
Eu sei.
Se conhecem há anos.
Se prometem há meses.
Nunca cumprem!
Ela desiste, ele insiste.
Ela briga e ele ri.
Quase um casal, embora não saibam, embora não vejam.
Cá entre nos, eles cheiram à loucura.
Eles beiram à loucura.
Todos os dias.

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