domingo, 7 de fevereiro de 2010

Vozes

Gessinger, 1987

se você ouvisse
as vozes que ouço à noite
acharia tudo que eu faço natural
se você sentisse
o medo que eu sinto no escuro
se você soubesse
o mal que o sol me faz
não me pediria pra repetir
revoltas banais
das quais eu já me esqueci

se você ouvisse
às vozes que ouço à noite
às vezes me assustam
outras vezes me atraem
se você sofresse
tanto quanto eu sofro
com a solidão
se você soubesse
O quanto eu preciso da solidão
não me pediria pra repetir
frases banais
das quais já me arrependi

duas pessoas são duas verdades
e, na verdade, são dois mundos
a cada segundo, o pânico aumenta
e uma sombra arrebenta
a porta dos fundos

se você sofresse
tanto quanto eu sofro
com a solidão
e precisasse
tanto quanto eu preciso
da solidão
não me pediria pra repetir
gestos banais
iguais aos que eu nunca fiz



eu não conseguiria descrever meu estado tão fielmente

ps: não tô abandonando o blog, talvez eu esteja "me abandonando". momento de transição. procurando novas maneiras e novos caminhos. uma pausa pra respirar, talvez.


2 comentários:

Rhaissa disse...

Respira Ca! Tem momentos que a gente tem que dar um PAUSE pra quando formos dar RESTART as coisas estarem do melhor jeito possivel e o disco não riscar no momento mais legal né? rs

Beijones linda!

Amanda Galdino disse...

Fique sozinha.
Abrace a solidão tão necessária, tão querida, tão odiada e amada.
Fique sozinha se preciso.
E quando a solidão não for mais precisa, desfaça dela e volta pra cá.
Para os braços que a esperam mesmo enquanto você escolhe os braços escuros da solidão.