sábado, 5 de março de 2016

Sobre a saudade...

Os fantasmas das dores assombram o quarto.
A solidão arrepia até os ossos.
Não sei quem sou.
Não sei quem és.
Quando lhe digo o que deve ser feito na verdade digo a mim.
Quase num sussurro.
Quase uma oração.
O espelho ja não me reconhece mais.
Minha face se perdeu em alguma esquina.
Entre tantos vícios.
Entre tanto estrago.
Olho as horas que não passam.
Vejo a vida, já tão consumida, passar pela janela.
Ninguém me vê.
Ninguém se vê.
O mundo inteiro é um buraco.
E a vida vai seguindo seu rumo assim, tímida e vagarosa, como quem pede licença pra ser.
E é.
E não é.
Mas talvez, só talvez, será.
Que garantia nós temos?
Eu não sei.
Eu não sei quem és.
Mas, claramente, agora você sabe quem eu sou.

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