O barulho é quase imperceptível. Quase não é barulho, mas está ali. Eu sei. Eu sinto. Eu ouço. É o barulho da espera. Afaga-me os ouvidos como se aquele amontoado de som fosse um carinho; uma maneira de dizer "estou aqui, com você". Eu não queria. Não quero. Mas não me levanto. O deixo ser barulho, ser ausência; o barulho da espera. É como uma torneira mal fechada, instalada aqui dentro, sabe? Instalada na partezinha que mais dói, a mais sensível. A torneira está quase aberta; mal fechada. Está pingando.. Pingo, pingo, pingo; pingos. Um atrás do outro. E dói. Dói ouvir o tilintar da gota caindo, tocando a superfície da parte sensível. Dói ouvir o barulho da espera. Dói esperar. Dói. Dói. A torneira está aberta e me inunda em dor. E eu não posso fazer nada. Nada além de esperar. Esperar o dia em que a mão estranha apareça e conserte meu vazamento.
ps: foi o Diegones quem me mostrou Caio Fernando abreu. Thanks, Dii ♥
ps2: Maíra, muito obrigada por me mostrar o significado do nome Camila :)
8 comentários:
Arleeeh!
Caio é incrível...
Agradeça mesmo aquem te mostrou...
Bjão!
Ain... amei.
Muito lindo 8_8
Abreu é fascinante. Terminei de ler um livro com suas principais cronicas, lindo mesmo! Achei seu blog por acaso, e gostei dele. Vou voltar mais vezes por aqui!
Nossa, que post bonito. Parabéns !
Beijos.
é tão lindo isso né? :x
Por essas e outras sou fã do silêncio, o barulho não consegue me soar como um carinho.
E os pingos seguidos são agoniantes, num é à toa que ja foram usados em torturas.
www.euthiagoassis.blogspot.com
As folhas de jornais e revistas reviradas, o ajeitar-se na cadeira, a televisão, os grandes comentaristas de novelasepolítica... são uns dos barulhos de uma espera. "Quem espera nunca alcança..."
bjo
sou pop no seu blog agora, vish
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