A felicidade da menina foi-se embora junto com seu cabelo, com o suposto namorado e com o que ela achava ter de mais importante na vida.
Foi, assim, do nada, apenas saiu pela mesma porta que entrou, se é que a felicidade entra pela porta, né? Uma vez me disseram que ela entra pela janela, sei lá, mas isso não vem ao caso, não agora.
Aqui o que nos interessa é a garota de olhar distante, procurando alguma coisa que nem ela sabe que perdeu; passos largos, pele branca, óculos escuros e cabelo curto, tão curto quanto a esperança que traz consigo.
Menina dos olhos de vidro, boneca talvez, mas os olhos de vidro são indispensáveis.
É difícil descrever alguma coisa que cativa, eu não sei, mas acho que aquela tristeza de algum modo – do seu – era bonita.
E é estranho como parecia minha aquela solidão.
2 comentários:
quanta delicadeza pra falar da tristeza de outro alguém.
Admiro. Invejo o modelo, por despertar tal sentimento. Invejo o autor por absorvê-lo. Tenho pena de mim, às vezes.
Respondendo ao comentário ... Obrigada !!!!
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