sexta-feira, 26 de novembro de 2010

madrugada

"Já não sei dizer se ainda sei sentir
O meu coração já não me pertence
Já não quer mais me obedecer
Parece agora estar tão cansado quanto eu"
Mauricio - Legião Urbana

Às vezes é complicada essa solidão a dois. É muito foda. Dói. Machuca. Machuca ao ponto de pedir arrego. Gritar. Sair correndo no meio da noite sem olhar para trás. Sem querer saber o que deixou para trás. Há noites, como a de hoje, que eu quase morro de vontade de sumir. De me tele transportar para qualquer lugar que não esse que não hoje. Nem Chico rolando no rádio ameniza. Há dias em que nada ameniza coisa alguma. A vontade de gritar só aumenta e o desespero aflora.

Solidão a dois a flor da pele.

Enquanto ouço o sono pesado do meu lado. Não acorda por nada. "Não me acorde por nada": só falta dizer. Meu choro quase inunda o quarto; posso imaginar o colchão flutuando em lagrimas sem que ela se mexa. Ta um calor insuportável em São Paulo, um calor transbordante. Mas a frieza, nessa hora, sempre ganha espaço, então eu só faço calar. Só faço recuar. E recuando eu vou sumindo até me perder. Até perdê-la. Até nos perdermos e fim.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

fail

percorri vários lugares;

vasculhei as entrelinhas;

rabisquei frases riscadas só pra tentar te encontrar.

Se você soubesse o quanto procurei seus olhos pela noite, se soubesse quantas noites procurei o seu olhar. Talvez você voltasse...

e voltaria de bom grado. sem choro, sem suspiro, sem poemas gritados ao vento.

e se assim fosse talvez não tivesse partido, levando pra longe tudo aquilo que era meu, me privando de você.

Passo noites em claro, clareando as idéias - malditas idéias - que não somem, não desgastam.

e nessa angustia infinda, desbotei meus sentimento procurando a cor do amor.