terça-feira, 30 de junho de 2009

Além do ponto

Chovia, chovia, chovia e eu ia indo por dentro da chuva ao encontro dele, sem guarda-chuva nem nada, eu sempre perdia todos pelos bares, só levava uma garrafa de conhaque barato apertada contra o peito, parece falso dito desse jeito, mas bem assim eu ia pelo meio da chuva, uma garrafa de conhaque na mão e um maço de cigarros molhados no bolso. Teve uma hora que eu podia ter tomado um táxi, mas não era muito longe, e se eu tomasse um táxi não poderia comprar cigarros nem conhaque, e eu pensei com força então que seria melhor chegar molhado da chuva, porque aí beberíamos o conhaque, fazia frio, nem tanto frio, mais umidade entrando pelo pano das roupas, pela sola fina esburacada dos sapatos, e fumaríamos beberíamos sem medidas, haveria música, sempre aquelas vozes roucas, aquele sax gemido e o olho dele posto em cima de mim, ducha morna distendendo meus músculos. Mas chovia ainda, meus olhos ardiam de frio, o nariz começava a escorrer, eu limpava com as costas das mãos e o líquido do nariz endurecia logo sobre os pêlos, eu enfiava as mãos avermelhadas no fundo dos bolsos e ia indo, eu ia indo e pulando as poças d'água com as pernas geladas. Tão geladas as pernas e os braços e a cara que pensei em abrir a garrafa para beber um gole, mas não queria chegar na casa dele meio bêbado, hálito fedendo, não queria que ele pensasse que eu andava bebendo, e eu andava, todo dia um bom pretexto, e fui pensando também que ele ia pensar que eu andava sem dinheiro, chegando a pé naquela chuva toda, e eu andava, estômago dolorido de fome, e eu não queria que ele pensasse que eu andava insone, e eu andava, roxas olheiras, teria que ter cuidado com o lábio inferior ao sorrir, se sorrisse, e quase certamente sim, quando o encontrasse, para que não visse o dente quebrado e pensasse que eu andava relaxando, sem ir ao dentista, e eu andava, e tudo que eu andava fazendo e sendo eu não queria que ele visse nem soubesse, mas depois de pensar isso me deu um desgosto porque fui percebendo percebendo, por dentro da chuva, que talvez eu não quisesse que ele soubesse que eu era eu, e eu era. Começou a acontecer uma coisa confusa na minha cabeça, essa história de não querer que ele soubesse que eu era eu, encharcado naquela chuva toda que caía, caía, caía e tive vontade de voltar para algum lugar seco e quente, se houvesse, e não lembrava de nenhum, ou parar para sempre ali mesmo naquela esquina cinzenta que eu tentava atravessar sem conseguir, os carros me jogando água e lama ao passar, mas eu não podia, ou podia mas não devia, ou podia mas não queria ou não sabia mais como se parava ou voltava atrás, eu tinha que continuar indo ao encontro dele, que me abriria a porta, o sax gemido ao fundo e quem sabe uma lareira, pinhões, vinho quente com cravo e canela, essas coisas do inverno, e mais ainda, eu precisava deter a vontade de voltar atrás ou ficar parado, pois tem um ponto, eu descobria, em que você perde o comando das próprias pernas, não é bem assim, descoberta tortuosa que o frio e a chuva não me deixavam mastigar direito, eu apenas começava a saber que tem um ponto, e eu dividido querendo ver o depois do ponto e também aquele agradável dele me esperando quente e pronto.


Um carro passou mais perto e me molhou inteiro, sairia um rio das minhas roupas se conseguisse torcê-las, então decidi na minha cabeça que depois de abrir a porta ele diria qualquer coisa tipo mas como você está molhado, sem nenhum espanto, porque ele me esperava, ele me chamava, eu só ia indo porque ele me chamava, eu me atrevia, eu ia além daquele ponto de estar parado, agora pelo caminho de árvores sem folhas e a rua interrompida que eu revia daquele jeito estranho de já ter estado lá sem nunca ter, hesitava mas ia indo, no meio da cidade como um invisível fio saindo da cabeça dele até a minha, quem me via assim molhado não via nosso segredo, via apenas um sujeito molhado sem capa nem guarda-chuva, só uma garrafa de conhaque barato apertada contra o peito. Era a mim que ele chamava, pelo meio da cidade, puxando o fio desde a minha cabeça até a dele, por dentro da chuva, era para mim que ele abriria sua porta, chegando muito perto agora, tão perto que uma quentura me subia para o rosto, como se tivesse bebido o conhaque todo, trocaria minha roupa molhada por outra mais seca e tomaria lentamente minhas mãos entre as suas, acariciando-as devagar para aquecê-las, espantando o roxo da pele fria, começava a escurecer, era cedo ainda, mas ia escurecendo cedo, mais cedo que de costume, e nem era inverno, ele arrumaria uma cama larga com muitos cobertores, e foi então que escorreguei e caí e tudo tão de repente, para proteger a garrafa apertei-a mais contra o peito e ela bateu numa pedra, e além da água da chuva e da lama dos carros a minha roupa agora também estava encharcada de conhaque, como um bêbado, fedendo, não beberíamos então, tentei sorrir, com cuidado, o lábio inferior quase imóvel, escondendo o caco do dente, e pensei na lama que ele limparia terno, porque era a mim que ele chamava, porque era a mim que ele escolhia, porque era para mim e só para mim que ele abriria a sua porta.


Chovia sempre e eu custei para conseguir me levantar daquela poça de lama, chegava num ponto, eu voltava ao ponto, em que era necessário um esforço muito grande, era preciso um esforço muito grande, era preciso um esforço tão terrível que precisei sorrir mais sozinho e inventar mais um pouco, aquecendo meu segredo, e dei alguns passos, mas como se faz? me perguntei, como se faz isso de colocar um pé após o outro, equilibrando a cabeça sobre os ombros, mantendo ereta a coluna vertebral, desaprendia, não era quase nada, eu mantido apenas por aquele fio invisível ligado à minha cabeça, agora tão próximo que se quisesse eu poderia imaginar alguma coisa como um zumbido eletrônico saindo da cabeça dele até chegar na minha, mas como se faz? eu reaprendia e inventava sempre, sempre em direção a ele, para chegar inteiro, os pedaços de mim todos misturados que ele disporia sem pressa, como quem brinca com um quebra-cabeça para formar que castelo, que bosque, que verme ou deus, eu não sabia, mas ia indo pela chuva porque esse era meu único sentido, meu único destino: bater naquela porta escura onde eu batia agora. E bati, e bati outra vez, e tornei a bater, e continuei batendo sem me importar que as pessoas na rua parassem para olhar, eu quis chamá-lo, mas tinha esquecido seu nome, se é que alguma vez o soube, se é que ele o teve um dia, talvez eu tivesse febre, tudo ficara muito confuso, idéias misturadas, tremores, água de chuva e lama e conhaque batendo e continuava chovendo sem parar, mas eu não ia mais indo por dentro da chuva, pelo meio da cidade, eu só estava parado naquela porta fazia muito tempo, depois do ponto, tão escuro agora que eu não conseguiria nunca mais encontrar o caminho de volta, nem tentar outra coisa, outra ação, outro gesto além de continuar batendo, batendo, batendo, batendo, batendo, batendo, batendo, batendo, batendo, batendo, batendo, batendo, batendo, na mesma porta que não abre nunca.

Caio Fernando Abreu
ps: "descobri" Caio Fernando Abreu só agora, e estou encantada com tudo.
ps2: Todo mundo TEM que ir pra Sampa me ver. rs
ps3: Quero Morangos Mofados de Caio Fernando Abreu, se alguem quiser me dar esse presentinho eu passo meu endereço.. hahaha

domingo, 28 de junho de 2009

Convite



A vida é feita...em fragmentos





Sempre às 20hs - terças-feiras

Dia 07.07 - CEU Pera Marmelo (Rua Pera Marmelo, 260 - Jaraguá - Zona Norte)

Dia 28.07 - CEU Vila Curuça (Rua Marechal Tito, 3450 - Vila Curuça- Zona Leste)

Dia 04.08 - CEU Azul da Cor do Mar (Av. Ernesto Souza Cruz, 2171 - Cidade A. E. Carvalho - Zona Leste)

Dia 11.08 - CEU Cidade Dutra ( Av. Interlagos, 7350 - Zona Sul)

Dia 18.08 - CEU Aricanduva ( Rua Olga Fadel Abarca, s/n, ao lado do Shopping Aricanduva)

Dia 25.08 - Centro Cultural da Juventude (A. Dep. Emilio Carlos, 3641 - ao lado do term. cachoeirinha - Zona Norte)

Dia 01.09 - CEU Butantã (Av. Heitor Antonio Eiras, 1700 - perto do Km 12 da raposo tavares)

Estaremos em Sampa todos esses dias; o Grupo Mandragorah e eu :D
Não estou atuando (não nasci pra isso), mas tem dedinho meu ai - e texto meu também.
Então, galera, conto com vocês.
Todo mundo junto para ver alguns textos meus ganhando vida e para ver o meu trabalho de ajudante o/ [estarei no camarim, mas meu trabalho é essencial, ok? hahahaha]

Aqui → http://vocacionalapresenta2009.blogspot.com/ tem mais detalhes.

Malu, Wagner e galera de Sampa, não aceito NÃO como resposta.
Vocês VÃO "me" ver. hahaha
Beijão.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Limonada

Três mãos de tinta.
Três.
Três mãos de tinta para eu poder enxergar aquele verde gritante. Estava escuro. Eu digo. Tentando me desculpar pela cegueira que me inunda, sabendo que todas as luzes estavam acesas e que a claridade quase transformava minha noite em dia.
Eu via manchas. Imperfeições. O que me obrigou a pintar e pintar até sentir a mão doer. O pincel manchava a caixa. Maltratava. E eu, pra consertar, pintava sem parar. Não troquei o pincel. Não parei um momento sequer. Se a caixa pudesse, teria gritado. Talvez transformado o meu verde cítrico em vermelho sangue. Se ela pudesse. Talvez. Sem certezas. Se ela pudesse tudo estaria vermelho. A caixa, as minhas mãos e o pincel. Todos juntos. Provando da mesma cor e do mesmo sentimento. Um trio. Triangulo. Três pessoas?
Duas.
Uma sempre cede primeiro. Se rende. Minhas mãos cansadas do trabalho, árduo, de manusear o pincel para arrumar a caixa; se rendeu. Cansou.
Deixou a caixa quase pronta.
Quase completa.
Quase.. Feliz?
A caixa era verde. Cítrico. Como limão; talvez fosse azeda também.
Estava manchada, por culpa do pincel, e reclamava por estar vazia. Culpava as manchas. Culpava as mãos. Culpava o pincel. Culpava o fabricante. Culpava a cor da tinta. Culpava o verde. Cítrico.
Era azeda.
Não tenho culpa. Não temos culpa. Não há culpados.
Um dia a caixa vai entender que o pincel só fez o que tinha de ser feito. Um dia o pincel vai entender que minhas mãos estão descrentes demais pra continuar. Um dia eu volto a pintar. Volto. Um dia.
Um.
E será verde.
Oliva. Musgo. Folha.
Cítrico, não.
Cítrico azeda; me azeda.

Uma semana sem sentido merece um texto sem sentido, não? Aqui só tem bom entendedor; e pra bom entendedor...? rs

terça-feira, 23 de junho de 2009

Inverno

Talvez seja tarde pra ligar e dizer certas coisas nunca ditas.
Talvez seja tarde pra ligar e dizer certas coisas.
Talvez seja tarde pra ligar e dizer.
Talvez seja tarde pra ligar.
Talvez seja tarde; e só.


ps: talvez não seja tão tarde assim. rs
ps2: se você ainda não ouviu a banda Instinto, dê uma olhada na postagem anterior.
ps3: Cold Case ta sugando minha vida.. rs
ps4: está frio demais, minha gente.
ps5: Rhaissa você é uma fofa. ;) [e eu não fui no show do The kooks :/]
ps6: chega de "ps". tchau!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Instinto

A BANDA! rs
Pois é, galera, abro espaço para um momento "divulgação" haha




Ouçam.
Vale a pena ;)
E é claro que vocês, BACANAAAS, vão dar uma força na comunidade, né?
Eu sei que vão, por isso adoro vocês. hahahahahahaha


http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=2139891
[clica aí]

Bom, é isso.
Dica pra quem curte musica boa, que, cá entre nós, ta dificil de encontrar hoje em dia.
Na comunidade tem mais detalhes da banda e o myspace, tudo direitinho.
Obrigada pela atenção, pela força e pelos ouvidos.

;*

segunda-feira, 15 de junho de 2009

!

As duvidas pegaram as malas e foram embora e a certeza está atrasada há três dias. Outras coisas, e pessoas, foram embora também e eu não entendo porque eu ainda continuo aqui.
Meu trabalho acabou; eu fiz tudo do jeito certo e na hora certa. Usei os melhores argumentos e o meu incrível talento pra dissimular certas verdades. Fingi. Fugi. E no fim tudo voltou ao começo. Era isso que eu esperava e agora eu sei que eles esperavam também. Lutei tanto pra conseguir o que, uma hora ou outra, iria acontecer mesmo sem minha ajuda. Cansei e não medi esforços. Sou forte pra caramba; consigo andar por horas com um corte aberto sangrando. Consigo sorrir também. E o melhor de tudo; consigo não chorar.
Essa idéia de água saindo dos olhos não me cai bem, mas a cabeça pesa tanto que chega a doer. O coração não dói. Não tenho.
A raiva faz moradia em mim e eu pretendo deixá-la aqui por algumas horas. É necessário e inevitável. Vocês entendem, não é?

O do exagero é exagerado demais.
E me obrigar a correr com os pés mutilados não é bacana. Talvez ele não seja tão bacana assim. Talvez ele seja demais, mas não seja pra mim. Talvez eu canse desse drama amanhã e comece a jogar de novo.
O jogo sempre continua, e eu tenho um bocado de fichas nos bolsos.
O bom é que agora todas as mascaras caíram, não é, Exagero?
Agora você pode continuar sua vida sem precisar fingir que me ama. Devia ser um saco.
Eu não acredito em você.
Não.
Você deve estar cansado de ler isso e cansado de me contradizer, mas eu sei que no fundo você sabe que eu tenho razão. Suas palavras pedem crença e suas mãos gritam "NÃO ACREDITE EM MIM"
Meus ouvidos são bons.

Ainda não te culpo, pois eu sempre soube que aquele que fala demais é o que nunca tem nada a dizer. Palavras e palavras e palavras.
Eu só sinto muito pelos argumentos.
Poderia tê-los guardado para uma hora mais propicia, de maior urgência.
Você poderia ter me poupado, amigo; nos poupado.
Mas ta tudo bem; sem feridas, sem sangue, sem nada.
Tudo como sempre foi.
É claro que eu não entendo algumas coisas, mas acho que nem faço questão de entender; como não faço questão que você entenda.
É drama, bobagem.
Tudo bem.
A Sem Coração, aqui, vai aceitar tudo de bom grado. Vou sorrir e ainda vou agradecer por tudo.
Game over, baby.
A certeza acabou de dar as caras por aqui. ;)

terça-feira, 9 de junho de 2009

Sobre o meu corte

O tênis vermelho maltrata o asfalto, em uma mente qualquer, e enquanto o mundo acorda ela tenta esquecer.
Fechar os olhos estraga tudo.
O bom mesmo é ficar acordada e receber os socos que a tal vida distribui; estomago ou rosto? Você decide! Eu decidi ver.
Eu me prontifiquei a receber tapas do acaso e até sorri fingindo entender e aprovar toda essa encenação de merda. Fingir. Falsa. Farsa. Um teatro bem ensaiado para ser aplaudido no fim. Todos de pé batendo palmas para o momento trágico de alguma vida partindo.
A vida que deixou de ser vida.
A vida que passou a ser morte.
Foi embora.
Para um lugar onde os olhos não alcançam, sem que eu pudesse ver ou evitar.
Rápido.
Acordei e já não estava ali.
Estava lá.
Sem vida e afundado em morte.
E agora os olhos, vermelhos, acompanham o tênis. Correm. Correm. Quase voam. Pisoteiam, maltratam, humilham o asfalto sujo de pés e tênis e sapatos e pessoas. Pisam, com ferocidade, no concreto pra lhe obrigar a carregar um pouco daquele peso que ela traz no coração.
As gotas salgadas, que inundavam sua alma, transbordam pela janela; molham tudo, até os olhos de quem vê. E ela corre de encontro ao nada achando que um dia alguém vai lhe dar tudo. Não vai. Eu sei, ela sabe. Todos sabem de tudo e ninguém conta pra ninguém. Porque todo mundo queima a mão no mesmo fogo e a dor nos mantém calados esperando o próximo se queimar.
Só o dono dar dor sabe o quanto dói e, aqui, não está doendo, está rasgando.
Enquanto alguém sente muito, eu sinto saudade.
Eu só queria ele de volta.

terça-feira, 2 de junho de 2009

P.

Os beijos que eu não pude dar fazem festa na memória; gritam, brincam, ao lado das palavras que ficaram por dizer. O coração, sufocado pela poeira desse passado que ainda não foi embora, se perde entre o que era meu e o q nunca foi; se espreme tentando achar verdade por trás dessa mascara que me deixa imune a tudo. Quase tudo. Você me venceu.
A procura por seus passos é inquietante.
Me imagino gritando o mesmo nome sem parar por ruas vazias e solitárias, imagino e me deparo com o silencio do quarto vazio; da alma vazia.
Os sentimentos ecoam aqui dentro deixando o drama ainda maior, transformando a agonia em dor.
Eu tento entender e esquecer ou, sei lá, deixar para depois, mas a única maneira que me parece correta é correr até sua casa e gritar que eu te amo até você entender.
Até minha voz sumir.
Eu sumir.
O amor sumir.
Gritar e acordar os vizinhos, acordar a minha alma que prefere brigar com a sua ao invés de viver nessa quietude enlouquecedora, acordar aquela saudade que dormia entre nós dois.
A necessidade de te ter me sufoca e me rouba noites inteiras – perdi dias, meses, anos. Me pega pela mão e me obriga a encarar esse pedaço de coração que ainda bate aqui dentro.
E agora eu estou aqui, cortada ao meio, dilacerada por esse amor que não quer ir embora. Eu imploro por sua ausência, peço que ele pegue as malas e suma me deixando livre de qualquer resquício de um abril que já se foi.
Ele não vai.
Está grudado aqui dentro, rindo, dizendo que se ele for eu tenho que ir junto.
É irreversível, não há solução, não há cura.
Só loucura.
Porque o irremediável me parece tão encantador?
Não entendo, mas, por falta de opção, acredito que seremos felizes por não haver saída.
Talvez.

"Se chove lá fora queima aqui dentro de vontade de te abraçar, amor, quando chove fica mais triste esperar por alguém que não vai chegar[...] mas agora já é hora dessa chuva ir embora"