terça-feira, 26 de maio de 2009

Dulci

Dulci num país de plástico...

Vindo do céu numa bolha voadora,
cheia de astros mirins numa nave espacial.
Dulci recorta um destino pra si,
o superman que procura está no jornal

Se ela quer flores, que cheiro elas têm?
Marsupiais são do bem.
Um outro planeta, dançando uma valsa no ar.

Dulci acha tudo o máximo.
Dulci acha tudo o máximo!

Tente se ver como Don Corleone,
na ressaca moral de um sábado atrás.
Sem proteínas e uns bons hematomas,
nenhum ser humano consegue viver.

Quem paga o táxi é quem manda no show
E o Gondoleiro já vem
Ache um lugar e aproveite o que vai começar.

Dulci voa escada abaixo.
Dulci voa escada abaixo!

Mas ela esconde o seu rosto num vermelho-canalha
E vai de balão para o mar

Dulci num lugar fantástico
Dulci num lugar...
Dulci num país de plástico
A Dulci não está bem, eu acho.

Bidê ou Balde
é tudo o que eu tenho a dizer ;D

quinta-feira, 21 de maio de 2009

A cruz e a espada

Talvez tudo mude quando as flores acabarem, quando todos os beijos não forem o bastante e quando a tal voz não mais me guiar.
Talvez amanhã.
Talvez na semana que vem.
Talvez nunca.
A duvida é constante e queima as fibras finas que envolvem meu órgão pulsante.
Tudo pulsa.
A vida que corre lá fora e a morte que ocorre aqui dentro.
É um teatro de horrores, um baile de mascaras desigual..
E o jogo continua.
Vai mudando de acordo com as suas regras.
De acordo com a vontade que você tem de brincar com o desconhecido..
Eu não quero.
E até agora o meu (não) querer foi pouco para paralisar o que te faz forte, o que acaba comigo aos poucos.
O riso se foi, junto com as brincadeiras que agora não fazem sentido algum. As coisas têm pouco sentido enquanto eu só venho sentindo muito.
Eu sinto muito e lamento bastante.
Cada dia mais por "Ela" do que por "Nós"; nem o "Mim" ta na jogada dessa vez, quero que o "Mim" se foda. Quero que o "Nós" se foda, mas com "Ela" eu me preocupo.
E a gente segue a vida, acreditando que o dia seguinte vai ser melhor, acreditando que amanhã tudo vai dar certo..
Acreditando...
Acreditando?
Acreditando!
Enquanto tudo perde a graça.
Enquanto o riso fica escasso
Enquanto as juras se findam.

E então ele me pede pra bater palmas com o coração numa mão e a faca na outra.
Pronto!
Ta aí.
Era isso o que você queria?


desculpe a falta de nexo[2]

terça-feira, 19 de maio de 2009

O meu lado do pêssego

Quebrou.
Como um prato que cai no chão ou um copo que é atirado, com raiva, na parede.
Partiu-se em muitos.
Cacos e cacos de alguma coisa que eu mesma não soube nomear.
Pedaços de amores e sabores e mentiras.
É tudo mentira.
Palavras demais.

Aquele que fala demais não tem nada a dizer.
E o que ama demais? Mente?
E o do exagero?
E o palhaço do circo, cadê?

Me divirto ao me olhar no espelho, ao encarar o rosto que acredita e sente pena; ao olhar a garota que se preocupa e não poupa feridas e fraturas, em si mesma, para deixá-los ilesos.

Otária.

A bola vermelha está no meu nariz agora - o palhaço foi encontrado - e a faca caiu da minha mão.
Ser vilã cansa e ser mocinha cansa ainda mais.
Me olho e não acredito que acreditei.
Não acredito em nada.
Nada. Nunca. Não.

Droga!

Até parece que é fácil.
Até parece que é assim.
Até parece que é... Amor.

Não é!

Não há amor.
Não há vontade.
É só exagero.

Eu sinto, em cada célula desse meu corpo, todo medo e peso do mundo.
Sinto; por nós, por vocês e ainda mais por mim.
Porque mesmo querendo não consigo acreditar no seu passado e sei que aqueles que não morrem continuam a viver independente da nossa vontade.

Eu não acredito em você.
Não acredito no que você diz.
E eu deveria, mas não sinto muito.

Não sinto nada e me culpo por pensar demais.
Me culpo sempre.
Não te culpo, como ela, pois fui eu quem invadiu sua festa e saiu com seus olhos no bolso.

Talvez eu goste de você e queira te poupar do próximo passo;
Talvez eu não queira mastigar seu coração;
Talvez eu mude de idéia.

Talvez te esqueça.
Talvez me esqueça.

Sei lá...



desculpe a falta de nexo

segunda-feira, 18 de maio de 2009

só pra constar (acho)

Sabe aquele livro, velho, que você cansou de ler ou, aquela música que já perdeu a graça?
Aquele seu prato favorito que, de tanto sua mãe preparar, você enjoou; aquela piada antiga e aquele moletom do inverno passado; sabe, não é?
Então, sou eu.

Sou aquela melodia, antiga, com a nota mal tocada.
A partitura que apodrece no fundo daquela gaveta que você não mais abriu.

As lágrimas de um mês atrás.
O jornal de ontem.
Aquela notícia, bacana, da semana passada.
A gíria que não faz sentido.
A carta rasgada; e os pedaços jogados ao vento.

Passado.
Foi isso que você disse, não foi?

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Sobretudo

Eu poderia ter ido no lugar dela numa boa, não me importaria e nem me arrependeria depois; mas o tal cara que comanda o mundo, e que nem mora no céu mas todos olham para cima para falar com ele, olhou para mim e disse: — Vai ser contador.
Eu conversei com ele, tentei negociar, mas acho que ele não estava aberto a negociações.
— Que isso, meu homem, vamos conversar — eu disse.
— É simples: eu ou você - respondeu.
— Quê?
E então ele jogou a moeda pro alto
— Cara ou coroa? — perguntou.
— Cara!
— Ganhei de novo; vai para o mundo, Ninguém José.
Eu obedeci e ele riu.
Deve estar feliz agora, ao ver que fui bom o bastante para me foder sozinho e ainda contar a história para vocês.
É desleal.
Ele move as peças, como num jogo de tabuleiro; ele brinca, ele ri, enquanto a gente chora por não entender o tal sentido da vida.
Aí vem alguém e diz "Mas é simples".
Claro que é!
A gente nasce, cresce e morre; quase uma planta, sabe? Deveríamos ser previsíveis como elas, mas os homens são mais descolados, mais abertos, mais instáveis
Ser Humano é um porre!
Mas não é qualquer porre, não, é um porre de 51 no bar nojento da esquina.
Um porre porco, tosco, cafona.
Quase uma trepada ruim; tipo uma gozada instantânea.
É podre.
É pobre.
É pouco.

Já disse que odeio pessoas?

trecho de um quase-livro que eu quase-escrevi ;D

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Esboço de uma teoria

para a dona do blog

Ele poderia te ligar agora e acabar com essa angustia que te arranha de cima a baixo; poderia. Poderia te mandar um email ou, então, ir até você querendo explicar todo esse mal entendido incomum; poderia claro, se ele estivesse ciente.
Porque não basta inventar um amor platônico, se alegrar com suas próprias fantasias e depois culpá-lo pelo balde de frustrações que é jogado em sua cabeça. Não basta sorrir por qualquer indicio de fascinação e depois odiá-lo, por horas, por algo que ele não disse, não fez ou não viu.
Você é a culpada, garota.
Foi você quem passou a vida toda tentando manipular esse coração – de merda – que sempre bateu pela pessoa errada; foi você que decidiu o que vale a pena levar adiante e o que deve ser deixado para trás. Se há alguém culpado aqui é você, por ter visto coisas onde nada há.
Você é a única que tem culpa por se iludir e acreditar que isso poderia ir além.
Foi você quem o beijou e o amou e, quem, por vezes, voltou atrás; foi você quem disse o que não deveria na hora errada e depois culpou a porra da bebida que estava no seu corpo.
Idiota!
Ele não vai te ligar, não vai aparecer ou se explicar por ter destruído esse brinquedo que bate dentro de você.
Ele não vai te procurar, não hoje, porque nesse momento ele tem outra em seus braços que o beija com tanto desejo quanto você; você não é única, nunca foi e jamais será.
As pessoas vêem sentimento, mas você sabe que o que pulsa por debaixo daquela pele não vem do coração; não vem de dentro e nunca é direcionado a você.
Nunca!
Para você ficam as migalhas; beijos vazios, conversas banais, mentiras sinceras e essa tal culpa que, agora, você sabe que te pertence.

♪ ♫ Don't go , and take my love, I won't let you, I'm saying please don't go.